Roger, do Ultraje a Rigor, visita o candidato Jair Bolsonaro no hospital em São Paulo.
Vou viajar no tempo.
O ano era 1984.
A ditadura militar estava em seus estertores, e havia a campanha pelo restabelecimento das eleições diretas para presidente.
Os novos grupos do rock nacional dominavam o cenário musical. Foi de um deles que surgiu aquele grito:
INÚTIL! A GENTE SOMOS INÚTIL!
E tinha o verso:
A GENTE NÃO SABEMOS ESCOLHER PRESIDENTE!
Era o Ultraje a Rigor, liderado por Roger.
Inútil, uma composição de crítica irreverente à realidade brasileira, como assinalam os pesquisadores Zuza Homem de Mello e Jairo Severiano no livro A Canção no Tempo. Eles lembram que o deputado Ulysses Guimarães, o Sr. Diretas, ameaçou mandar o disco ao porta-voz do governo, Carlos Átila, que acusava a campanha das diretas de estar desestabilizando o processo sucessório.
A música – mesmo que esta não fosse a intenção do seu autor – se transformou num verdadeiro hino daquele momento. Um rock visceral que ecoa até hoje.
Voltemos a 2018.
Nesta terça-feira (11), o músico Roger foi ao Hospital Albert Einstein, em São Paulo, visitar o candidato Jair Bolsonaro, que se recupera da facada que levou em Juiz de Fora.
A foto diz tudo.
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