Algo se quebrou, está se quebrando!

trump
Americanos são muito estatísticos. Têm gestos nítidos e sorrisos límpidos. Olhos de brilho penetrante que vão fundo no que olham, mas não no próprio fundo. Os americanos representam boa parte da alegria existente neste mundo. Para os americanos, branco é branco, preto é preto (e a mulata não é a tal). Bicha é bicha, macho é macho, mulher é mulher e dinheiro é dinheiro. E, assim, ganham-se, barganham-se, perdem-se. Concedem-se, conquistam-se direitos. Enquanto aqui embaixo a indefinição é o regime. E dançamos com uma graça cujo segredo nem eu mesmo sei. Entre a delícia e a desgraça, entre o monstruoso e o sublime. Americanos não são americanos. São velhos homens humanos, chegando, passando, atravessando. São tipicamente americanos. Americanos sentem que algo se perdeu. Algo se quebrou, está se quebrando.
Postei como se fosse prosa. Não é. É poesia. Caetano Veloso, 1992. Continua valendo. Tem algo que fala desse 09/11 em que Donald Trump se elegeu presidente dos Estados Unidos.