Centenário do “Carinhoso” que o Brasil ama será daqui a 20 anos

No documentário Meu Tempo É Hoje, realizado no início dos anos 2000, Paulinho da Viola diz que Carinhoso é nossa maior canção popular. Claro que há outras. Aquarela do Brasil, Garota de Ipanema, Asa Branca.

Mas Paulinho deve estar certo. Ele faz uma ilustração maravilhosa. Diz que se uma pessoa qualquer entrar num bar e puxar a letra (“Meu coração, não sei porque, bate feliz quando te vê”), todo mundo não resiste e sai cantando. É mais ou menos assim porque Carinhoso é uma música que todos sabem, todos gostam. Todos amam!

Em seu primeiro programa de 2017, o Fantástico fez uma matéria sobre o centenário de Carinhoso e levou Zeca Pagodinho para cantar a música de Pixinguinha e Braguinha.

As pessoas anônimas cantando e o argumento de Paulinho da Viola estavam na reportagem.

Centenário do "Carinhoso" que o Brasil ama será daqui a 20 anos

A pesquisa foi corretíssima. A melodia foi composta em 1917 por Pixinguinha. Passou 11 anos para, em 1928, ser gravada pelo próprio autor. Oito anos depois, em 1936, ganhou a letra de Braguinha e, finalmente em 1937, foi gravada por Orlando Silva do jeito que a conhecemos.

Não pretendo contestar o Fantástico. A melodia de Carinhoso – está certo! – está fazendo realmente 100 anos agora em 2017.

Faço apenas um pequeno reparo:

O Carinhoso que Paulinho da Viola considera nossa maior canção popular não tem 100 anos. Tem 80!

Sim, porque o Carinhoso que a gente sai cantando quando ouve o primeiro verso não é só a linda melodia de Pixinguinha. É o encontro dessa melodia com a letra de Braguinha. Somadas – melodia e letra – ao registro inaugural e definitivo de Orlando Silva.

Portanto, o Carinhoso que nós amamos ainda vai esperar 20 anos para ser uma canção centenária!

(A foto de Pixinguinha em sua cadeira de balanço é de Walter Firmo)