Corpo de agricultor rejeita mão após passar por transplante inédito

Informação foi confirmada nesta terça-feira (26) por familiares do agricultor e pelo hospital onde ele está internado.

Foto: Reprodução TV Cabo Branco.

O agricultor paraibano Damião de Oliveira Bezerra, de 47 anos, que passou por um transplante de mão inédito no Brasil, precisou realizar uma nova cirurgia para amputar a mão após o corpo rejeitar o transplante. A informação foi confirmada nesta terça-feira (26) por familiares do agricultor.

Damião perdeu a mão direita quando tinha 17 anos, quando trabalhava em uma fazenda no município de Monteiro, no interior da Paraíba, onde mora atualmente. O acidente aconteceu numa máquina de triturar ração de gado.

Anos depois, em 2021, Damião sofreu um acidente de carro e teve a orelha arrancada, quebrou o osso do ombro e perdeu os movimentos do braço esquerdo e da mão. Depois do acidente, ele ficou 28 dias internado e em Campina Grande, passou por cirurgia da orelha e do ombro, mas não recuperou os movimentos do braço esquerdo e da mão.

No início de julho, o agricultor viajou para Pernambuco e passou por um transplante de mão no Instituto SOS Mão, em Recife. A cirurgia, primeira do tipo no Brasil, durou 14 horas e foi comandada pelos médicos Rui Ferreira e Mauri Cortez.

Apesar de a cirurgia não ter apresentado intercorrências, segundo a família do agricultor, o corpo dele rejeitou o transplante. Após a rejeição, uma nova cirurgia foi feita para retirar a mão implantada, no último sábado (23), pela mesma equipe médica.

Agora, Damião está retornando para Monteiro, onde deve se recuperar do último procedimento feito. O retorno para acompanhamento médico deve acontecer em até 10 dias, ainda de acordo com a família.

Em nota, o Hospital SOS Mão informou ao Jornal da Paraíba que o paciente Damião de Oliveira recebeu alta médica nesta terça-feira (26) depois de a “cirurgia para amputação funcional da mão transplantada não evoluir devido a trombose arterial e venosa irreversível”. Ainda de acordo com o hospital, o caso do paciente é o oitavo desse tipo que se tem registro no mundo.

“A amputação funcional possibilitará o uso de uma prótese mioelétrica, a única solução para o paciente ter independência para sua vida diária. O médico cirurgião Rui Ferreira já entrou em contato com a fabricante da prótese, de origem alemã, e autoridades da Paraíba para viabilizá-la”, explica a nota.