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COTIDIANO

Delegada colhe depoimentos, mas evita comentar suspeita de racismo

Renata Matias tem 30 dias para encerrar inquérito sobre agressões sofridas por estudante africana na UFPB. Para ela, qualquer palavra antecipada poderia ser uma injustiça.

Publicado em 27/05/2010 às 21:02

Maurício Melo

A delegada da Mulher, Renata Matias, que passou a responder pelo caso do espancamento da estudante do Curso de Letras da UFPB, que é de Guiné Bissau, Cadidjatu Cassama, ouviu o depoimento de duas testemunhas que presenciaram as agressões ocorridas na última segunda-feira (24) pela estudante dentro do Campus da Universidade Federal da Paraíba.

No entanto, a delegada preferiu não comentar os depoimentos e disse que tem 30 dias para encerrar o inquérito e afirmou que qualquer palavra antecipada poderia vir a ser uma injustiça. As duas testemunhas também deixaram o gabinete da delegada sem falar com a imprensa.

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A própria vítima também tem se negado a falar com jornalistas e amigos próximos dizem que ela está muito assustada com todo o ocorrido. Desde que deixou o hospital, ela ainda não concedeu nenhuma entrevista.

O acusado de agredir a Cadidjatu foi preso em flagrante no dia da agressão, quando ele teria agredido fisicamente a jovem e a chamado de “negra-cão”. Por conta da violência, a estudante desmaiou e teve que ser levada para o Hospital de Emergência e Trauma, onde ficou internada.

No entanto, a primeira delegada responsável pelo caso, Juvanira Holanda, da 4ª Delegacia Distrital de João Pessoa, não considerou a agressão um crime de racismo, inafiançável, e o liberou. O nome do acusado sequer foi informado à imprensa.

Por conta disso, o presidente do Conselho de Defesa dos Direitos do Homem da Paraíba, procurador da República Duciran Farena, pediu que o secretário de Segurança e Defesa Social Gustavo Gominho substituísse a delegada responsável pelo caso.

Para Farena, trata-se de caso claro de discriminação racial. "Dizer que não há racismo em chamar o outro de 'negro-cão' ou de 'negro safado' é revelar desconhecimento da lei. Se vítima e agressor vivessem juntos, será que a delegada iria dizer que houve apenas injúria e vias de fato, para não aplicar a Lei Maria da Penha?”.

Depois disso, o caso foi remetido para a Delegacia da Mulher e está sob os cuidados da delegada Renata Matias, que está ouvindo todos os envolvidos.

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Jornal da Paraíba

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