Diretor-geral da ANP é otimista e amplia estimativa de reservas do pré-sal

Da Agência Brasil

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, disse hoje (7) que as reservas de petróleo e gás natural equivalente na área do chamado pré-sal podem chegar a 80 bilhões de barris.

Segundo ele, "todos os prognósticos dão conta de que o mínimo pode ser em torno de 50 [bilhões de barris)] e o máximo chegando aí, segundo os cálculos já feitos na ANP, em torno dos 70 a 80 bilhões de barris”.

Lima disse, no entanto, que até agora apenas 42% da área do pré-sal foi licitada pela Agência e quando os outros 58% tiverem sido liberados para exploração a magnitude da reserva pode se revelar ainda maior.

As declarações do diretor-geral da ANP foram dadas logo após, em discurso, a nova diretora da ANP, Magda Chambriard, ter afirmado que as reservas localizadas na área próxima aos mega-campos de Tupi e Iara – também na camada do pré-sal deveriam totalizar cerca de 50 bilhões de barris.

Segundo Lima, as projeções da ANP contidas no discurso de sua nova diretora refletem alguns cálculos que foram feitos na própria ANP sobre o assunto.

“Levando em conta a experiência de Marlim (na Bacia de campos), nós teríamos no núcleo do pré-sal – apenas na parte chamada de chamado Cluster do pré-sal algo em torno de 500 poços exploratórios, que pelas dimensões do pré-sal daria algo mais de 50 mil quilômetros quadrados de poços construídos com aço especial”.

Para o diretor, o quadro coloca para o Brasil o desafio de ter que trabalhar com a possibilidade de deixar de ser um grande exportador de minério de ferro e passar a ser um grande produtor de aço.

“Significa uma grande modificação no perfil da pauta de exportação e importação de produtos minerais no mundo, porque a China deixaria de ser a grande importadora de minério de ferro do Brasil, que por sua vez passaria a ser um grande produtor de aço para seu próprio consumo interno e até para alimentar o resto do mundo”.

Sobre a necessidade de investimentos, o diretor considerou qualquer projeção um tanto quanto imprecisa. “Fala-se em algo em torno de US$ 400 bilhões, claro que no curso de uns dez anos, até porque estes poços terão que serem implantados dentro de um planejamento estratégico tendo como base esse horizonte”.

A área conhecida como pré-sal fica em uma faixa de cerca de 800 quilômetros quadrados, entre os estados do Espírito Santo e á costa de Santa Catarina. O petróleo encontra-se abaixo da camada do sal a uma profundidade de mais de 7 mil metros, o que dificulta a exploração e produção e impõe desafios tecnológicos que estão sendo superados.

Além dos mega-campos de Tupi e Iara, com reservas entre 7 a 12 bilhões de barris de petróleo, no local já foram descobertos outros campos cujas reservas não foram avaliadas – como os de Guará, Carioca, Bem-Te-Vi e Júpiter – este último uma “promissora” reserva de gás natural, segundo a Petrobras.