Duas detentas morrem no Serrotão em CG

Tumultoque teria começado com um desentendimento entre presidiárias e se transformado em um incêndio, deixou duas detentas mortas e quatro feridas

O clima foi tenso durante toda a tarde de ontem no presídio feminino do Complexo do Serrotão, em Campina Grande. Um tumulto, que teria começado com um desentendimento entre presidiárias e se transformado em um incêndio, deixou duas detentas mortas e quatro feridas no interior da unidade.

As presidiárias Thamires Faustino Pianês, de 26 anos, natural da cidade de Ferraz de Vasconcelos no interior de São Paulo e Ionelli da Silva, de 22 anos, do município de Sumé, morreram carbonizadas no momento em que estavam na cela do isolamento e foram atingidas pelo fogo.

Além delas, as apenadas Jéssica Estevem Dibirit, de 20 anos; Keila Rejane da Silva, de 20 anos; Jamaica Almeida dos Santos, de 22 anos; e Gilmara Gomes Santos, de 22 anos, também ficaram feridas e tiveram de ser socorridas por ambulâncias para o Hospital de Trauma de Campina Grande.

Segundo os primeiros levantamentos realizados pelo Corpo de Bombeiros, as chamas começaram no interior da unidade prisional e alcançaram dezenas de colchões utilizados pelas detentas.

“A gente ainda vai apurar onde teria se originado o fogo, mas devido à grande quantidade de colchões e outros materiais, as chamas se espalharam rapidamente”, adiantou o tenente Martins, do Corpo de Bombeiros, que atendeu à ocorrência.

Equipes do Instituto de Perícia Científica e da Polícia Civil também acompanharam o resgate e realizaram as primeiras análises no local.

“As duas vítimas do incêndio estavam isoladas por terem agredido uma outra aprisionada antes do tumulto ter início.

Dessa forma nós vamos apurar o que motivou e quais pessoas podem estar envolvidas na prática do incêndio, que terminou nas mortes”, afirmou o delegado de Homicídios do município, Francisco Assis Silva.

Devido à fumaça ter se espalhado rapidamente pelo alojamento, os agentes penitenciários precisaram fazer buracos nas paredes de algumas celas para fazer o ar circular, e retiraram as detentas do local para que mais vítimas não fossem intoxicadas pela inalação da fumaça. Em pouco mais de 30 minutos o Corpo de Bombeiros controlou o fogo.

Outras mulheres permaneceram recebendo atendimento dentro do presídio por quipes do SAMU e dos Bombeiros, enquanto os corpos das duas vítimas fatais eram retirados do Complexo e encaminhados para a Unidade de Medicina Legal (UML), onde serão necropsiados. De acordo com o tenente coronel Arnaldo Sobrinho, depois de terem controlado o fogo e atenderem as apenadas, as equipes tiveram de interditar temporariamente quatro celas do presídio por motivos de segurança. “Mas o local não oferece risco de um colapso da estrutura. O trabalho agora vai ser para repor os colchões que foram queimados e recompor as celas que foram arrombadas pelos agentes no momento do incêndio”, informou Arnaldo Sobrinho.