EUA e Iraque firmam parceria

País, que divide fronteiras com a Síria e o Irã, deve contar com o auxílio americano para treinar seu Exército.

Em uma conferência histórica em Washington, o premiê do Iraque, Nouri al Maliki, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiteraram o fim da guerra e a retirada americana no Iraque no próximo dia 31 e o início de uma parceria duradoura cujos mecanismos ainda estão sendo finalizados. Os dois líderes advertiram ainda contra a interferência de outros países no Iraque, defendendo a soberania da nação árabe.

"O Iraque seguirá uma política externa de não-interferência e queremos que nossa soberania seja respeitada", disse Al Maliki, acrescentando que os vizinhos da região perceberão que a "saída do último soldado dos EUA não representa o fim da relação entre os dois países, mas apenas o início de uma intensa cooperação".

O país, que divide fronteiras com a Síria e o Irã, deve contar com o auxílio americano para treinar seu Exército, mas os detalhes de como isto ocorrerá, sem a presença de militares ou bases dos EUA, ainda não foram divulgados.

Também comentando a tensa situação geopolítica da região, onde Washington mantém como seus principais aliados estratégicos Israel e a Arábia Saudita, Obama reforçou que os iraquianos devem ser respeitados. "Vamos ter parcerias para a segurança regional. Assim como o Iraque se comprometeu de não interferir em assuntos dos vizinhos, os outros devem respeitar a soberania do Iraque. Os Estados Unidos manterão sua presença no Oriente Médio, e agora teremos mais recursos para investir no Afeganistão, onde manteremos a luta contra a Al Qaeda", disse o americano.

PETRÓLEO
Entre os detalhes da cooperação estratégica entre os dois países estão o treinamento das forças iraquianas e a exploração de petróleo, setor em que as empresas americanas devem ter prioridade de negociação frente aos outros países.

O encontro chega dias antes de os EUA retirarem suas últimas tropas do país. Embora inicialmente os americanos tenham cogitado manter um contingente para treinamento das forças iraquianas, Washington decidiu que não manterá soldados ou bases no país a partir do fim deste ano. Ao encerrar esta guerra, é importante saber que os iraquianos não estarão sozinhos.

Vamos manter a parceria duradoura com o Iraque, assim como com outras nações. Queremos expandir nossa relação comercial, assim como a cooperação em setores como agricultura e educação", disse Obama.

O presidente dos EUA destacou que as forças de segurança locais já têm um papel mais dominante no país durante os últimos três anos.