Depois de entrar na rota da Operação Cifrão, desencadeada pela Polícia Federal e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba, a atual diretoria da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep) terá que explicar aos industriais paraibanos despesas elevadas com passagens aéreas e na compra de bebidas.
As passagens não foram compradas pela entidade para viagens de trabalho de seus dirigentes, mas para familiares do atual presidente, Buega Gadelha.
É o que atestam notas fiscais encaminhadas por industriais paraibanos ao Jornal da Paraíba.
Os documentos indicam que do ano passado para cá, foram pagos mais de R$ 63,8 mil em passagens aéreas. Entre as beneficiadas estão as filhas de Buega, a esposa e um de seus netos.
Na lista estão passagens para deslocamentos entre a Capital paraibana e as cidades de Brasília, São Paulo e o Rio de Janeiro.
Industriais paraibanos prometem denunciar os pagamentos, já que os familiares não ocupam cargos na Fiep, nem em entidades do Sistema S.
Confira algumas das notas fiscais pagas pela Fiep
Fiep gastou R$ 40 mil com bebidas
Uma outra despesa que também está sendo questionada refere-se ao consumo de R$ 40 mil em bebidas, a maior parte delas alcóolicas, no camarote da Federação das Indústrias durante o Maior São João do Mundo. De acordo com as notas fiscais, foram compradas dezenas de garrafas de whiskys, salgados e empregados mais de R$ 21 mil na decoração e iluminação do ambiente.
Durante o evento, o Sesi também desembolsou R$ 230 mil para figurar como um dos patrocinadores da festa e mais R$ 70 mil para ter a divulgação da marca no evento.
Veja algumas das notas fiscais
Diretoria da Fiep preferiu não comentar gastos
Desde ontem, terça-feira (04), o Jornal da Paraíba procurou a assessoria de imprensa da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), solicitando uma resposta aos questionamentos feitos pelos industriais paraibanos e para os gastos realizados com o camarote e com as passagens aéreas de familiares do presidente.
O Jornal da Paraíba aguardou mais de 24 horas pelos esclarecimentos, mas não obteve respostas.
O espaço, claro, estará sempre aberto.
