Grife Dasdoida transforma pacientes psiquiátricos em fashionistas

Inspiradas na Daslu, psiquiatras criaram tratamento com foco na moda. Desfile da marca será mostrado na novela ‘Caminho das Índias’.

Do G1

A butique Daslu e seus modelitos milionários inspiraram mais um projeto social com foco no mundo da moda. Depois das grifes Daspu (fundada por uma prostituta) e Daspre (voltada para presidiárias), chegou a vez de um grupo de pacientes psiquiátricos apresentar a Dasdoida – nome nada politicamente correto com que foi batizada a marca de roupas e acessórios desenvolvidos no Centro de Atenção Psicossocial Itapeva, em São Paulo.

A ideia surgiu há dois anos, quando a psiquiatra Julia Catunda e a terapeuta Marcia Pompermayer organizavam a “Parada do Orgulho Louco”. A passeata, quase um bloco de carnaval, sai às ruas em maio, mês da Luta Nacional Antimanicomial, com o objetivo de mostrar que os portadores de transtornos mentais podem levar uma vida normal.

Leia mais

“Neste ano, o manifesto contou com um patrocínio e usamos a verba fazer fantasias. Todos ficaram extremamente empolgados com a confecção dos figurinos”, conta Julia. “Ali percebemos que, assim como a pintura, a dança e o teatro, a moda também pode ser uma forma de tratamento terapêutico e de inserção social”, completa a psiquiatra.

Nas oficinas experimentais, que acontecem às segundas e quintas-feiras, os pacientes-fashionistas criam estampas, costuram, desenham croquis e desfilam suas próprias coleções. Destaque para as sessões de “esquisitização” – a forma como a turma da Dasdoida se refere à customização de suas roupas.