Um empresário foi preso em Goiânia, no Estado de Goiás, acusado de manter um adolescente paraibano de 16 anos em condições de trabalho escravo. Fabrício Batista Linhares teria levado a vítima para trabalhar em seu comércio e fez com que o jovem contraísse uma dívida superior a R$ 4 mil, referente às suas despesas por estadia e alimentação, ‘custeadas’ pelo patrão. O homem foi preso em flagrante após denúncia da vítima.
O próprio adolescente procurou a 5ª Delegacia Distrital da Polícia Civil de Goiânia, na última quarta-feira, para denunciar o acusado.
Segundo a vítima, ele vinha sendo mantido há mais de um mês na situação de emprego irregular, recebendo R$ 3,00 por cada produto do empresário que conseguia vender.
Há mais de 9 horas sem alimentação, por não ter conseguido realizar nenhuma venda naquele dia, o jovem resolveu procurar os policiais. De acordo com a polícia de Goiânia, o empresário negou as acusações de trabalho escravo, mas confessou ter trazido o jovem da Paraíba para ser seu empregado, vendendo cintos, bolsas e carteiras. Para a Polícia Civil, a dívida da vítima era impagável e continuava a aumentar. O adolescente é de Belém de Brejo do Cruz, no Sertão paraibano, e está no Conselho Tutelar de Goiânia. Ele só volta para o Estado após autorização da Justiça.
O acusado é dono de um posto de combustíveis no bairro Trindade, onde o adolescente paraibano fazia as vendas.
Segundo a polícia, o comerciante foi indiciado pelo artigo 149 do Código Penal por manter empregado em condições análogas à de escravo.
