Judicialização da eleição da API depõe contra a categoria

Em nome da transparência, começo declarando meu voto.

Para presidente da Associação Paraibana de Imprensa, vou votar em Sandra Moura.

Mas lamento que a chapa da minha candidata tenha recorrido à Justiça para adiar a eleição, que seria realizada nesta sexta-feira (20) e neste sábado (21).

Em qualquer eleição, seja na pequena associação da categoria a que pertenço, seja para presidente da república, sou um cidadão sem amarras. Nem pertenço a partido nem faço o jogo de ninguém. Acertando ou errando, voto guiado unicamente pela minha consciência. Por isto, posso dizer o que penso.

Passei muitos anos afastado da API. Vendo de longe a entidade ser destruída e perder o significado que já teve. Sem nenhuma motivação para entrar naquele espaço que, para usar algo que ouvi de Sandra Moura, ajudou a formar a nossa consciência crítica.

A candidatura de Sandra Moura, profissional que foi das redações e hoje é da academia, me motivou a retornar à API. Vi (muitos viram) nela o desejo e as condições de ao menos começar a rearrumar a casa. Ao mesmo tempo, enxergo aspectos muito negativos na atual gestão.

Mas discordo da judicialização do processo eleitoral.

Disse à candidata ontem à noite e repito aqui: me pareceu um atestado antecipado da derrota na urna.

Tem outra coisa: depõe fortemente contra nossa categoria.

A imprensa paraibana – podem dizer os que observam de fora – não tem a capacidade de realizar uma eleição numa pequena entidade que a representa e que, no passado, já desempenhou um importante papel junto à sociedade civil. Precisa recorrer à Justiça.

Isso é péssimo.

O atual presidente, candidato à reeleição, é acusado disso e daquilo. Os que lhe fazem oposição vão à Justiça e conseguem adiar a votação.

É um pequeno, mas expressivo, retrato do que somos.

É um exemplo que damos.

Triste exemplo!