MP denuncia oito por prática de rachas

Quase seis meses depois de desencadeada a operação ‘Velocidade Limitada’, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público concluiu ontem as investigações e denunciou oito acusados de envolvimento na prática ilegal de rachas na Paraíba.

O relatório final da denúncia será encaminhado hoje à Comarca da cidade de Cruz do Espírito Santo. Na denúncia, os empresários e proprietários de carros de luxo utilizados no ‘suposto esquema’ são denunciados por participarem de disputas ilegais nas rodovias e vias públicas.

Um deles, porém, também foi denunciado por incitar a prática criminosa, ao colocar vídeos na rede mundial de computadores, exibindo as supostas práticas ilegais realizadas pelo grupo.

A denúncia é assinada pelos promotores do Gaeco, Herbert Vitório Serafim de Carvalho, Jamille Lemos Henriques Cavalcanti, Octávio Paulo Neto e Jeaziel Carneiro dos Santos.

No documento, os representantes do Ministério Público paraibano assinalam que “assim, os rachas se transformavam em verdadeiros eventos de corridas ilegais, contando com todo um aparato que invadia as BRs e as ruas da capital, sendo um acinte à segurança viária e à vida de outros condutores e pedestres”.

Os rachas ilegais estariam sendo praticados nas rodovias federais BRs 101 e 230, assim como em avenidas da capital do Estado, como na Rui Carneiro, uma das mais tradicionais e conhecidas de João Pessoa.

Durante a operação ‘Velocidade Ilimitada’ foram apreendidos cinco carros que participavam dos supostos ‘rachas’ em João Pessoa.

Entre os automóveis apreendidos estavam carros de luxo que tiveram os motores adulterados, chegando a atingir a marca de 350 km/h. O valor das modificações feitas nos carros chega a R$ 150 mil.

As investigações tinham sido iniciadas seis meses antes de deflagrada a ação policial, após a publicação de vídeos na internet que mostravam os rachas em vários pontos da cidade.

As imagens foram analisadas e a localização dos motoristas foi investigada pelo Serviço de Inteligência da PRF. Na época, a apreensão dos carros foi feita nos bairros do Cabo Branco, Manaíra e Jardim Luna.

“Infere-se do incluso inquérito policial nº 051/2011 que os denunciados participaram, reiteradamente, em continuidade delitiva, na direção de veículo automotor, de disputa automobilística não autorizada pela autoridade competente, gerando dano potencial à incolumidade pública”, discorre o relatório da denúncia, elaborado pelos promotores do Ministério Público.