MPPB processa 16 clubes da Paraíba por fraudes no programa “Gol de Placa”

De acordo com o órgão, uma investigação apontou fraudes no extinto programa governamental que teriam causado prejuízos de mais de R$12 milhões aos cofres públicos.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) está propondo uma ação civil pública voltada a responsabilizar 16 clubes profissionais de futebol da Paraíba por atos de corrupção. Baseada na Lei Anticorrupção Empresarial, o MPPB requer reparação de danos ao erário público orçados em mais de R$12 milhões durante a execução do “Programa Gol de Placa”, desenvolvido pelo Governo da Paraíba.

Estão sendo processados: Auto Esporte-PBAtlético de Cajazeiras, Botafogo-PBCampinenseCSPDesportiva Guarabira, Esporte de PatosInternacional-PBLucena (atual São Paulo Crystal), MiramarNacional de PatosParaíba (atual Serra Branca), Santa Cruz-PBSerrano-PBSousa Treze.”

De acordo com a nota divulgada pelo MPPB, a investigação feita por diversos órgãos de controle apontou fraudes na troca de ingressos por notas fiscais para o recebimento de valores mais altos das empresas patrocinadoras do programa. Os atos de corrupção analisados, segundo o órgão, ocorreram entre os meses de janeiro de 2015 e dezembro de 2018, causando, neste período, um prejuízo de R$ 12,8 milhões aos cofres públicos.

De acordo com a ação, protocolada na última semana na 5ª Vara da Fazenda Pública de João Pessoa, entre os possíveis atos ilícitos estão: o não preenchimento do número do cupom fiscal, com 290.210 ocorrências; trocas por cidadãos com idade superior a 85 anos — uma pessoa com 102 anos de idade teria realizado 126 trocas —, com 7.512 ocorrências; trocas de 10.381 ingressos por pessoas falecidas até o ano de 2014; 614.204 ingressos trocados por pessoas com domicílio fiscal diverso da Paraíba; 54 trocas com documentos fiscais emitidos há mais de 90 dias, contrariando a norma, além de 15.288 documentos fiscais com numeração inválida ou inexistente.

MPPB solicita ressarcimento dos valores subtraídos pela suposta fraude — Foto: Reprodução / MPPB
MPPB solicita ressarcimento dos valores subtraídos pela suposta fraude — Foto: Reprodução / MPPB

Na ação protocolada, o Ministério Público da Paraíba requereu a reparação dos valores supostamente subtraídos do erário paraibano, totalizando um valor equivalente a R$ 15,8 milhões correspondente à soma do montante do dano material ao erário estadual, devidamente atualizado, mais a inclusão do valor de indenização pelos danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões.

Segundo os números divulgados pelo órgão, no período em que o Gol de Placa esteve em atividade na Paraíba, o Botafogo-PB teria sido o clube mais beneficiado. Ao todo, o Belo teria recebido R$ 3,1 milhões. O Campinense, por sua vez, é o segundo clube com mais recursos obtidos através do programa, tendo recebido R$1,6 milhão. Fechando o Top-3 está o CSP, que de acordo com o levantamento recebeu mais de R$ 784 mil.

Veja os valores recebidos pelos clubes Paraibanos:

  1. Botafogo-PB: R$ R$ 3.169.720,00
  2. Campinense: R$ 1.683.830,00
  3. CSP: R$ 784.330,00
  4. Atlético de Cajazeiras: R$ 763.390,00
  5. Sousa: R$ 648.200,00
  6. Auto Esporte-PB: R$ 596.800,00
  7. Treze: R$ 596.430,00
  8. Serrano-PB: R$ 420.440,00
  9. Paraíba (atual Serra Branca): R$ 396.460,00
  10. Nacional de Patos: R$ 221.400,00
  11. Desportiva Guarabira: R$ 221.220,00
  12. Santa Cruz-PB: R$ 209.360,00
  13. Internacional-PB: R$ 207.200,00
  14. Lucena (atual São Paulo Crystal): R$ 163.210,00
  15. Esporte de Patos: R$ 138.180,00
  16. Miramar: R$ 14.290,00