Mulher que mentiu sobre bolsa com R$ 47 mil vai para prisão domiciliar

Mulher passou por audiência de custódia e foi para prisão domiciliar em Sapé.

Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
Mulher que mentiu sobre bolsa com R$ 47 mil vai para prisão domiciliar
Foto: Reprodução/TV Cabo Branco
Foi liberada para prisão domiciliar nesta segunda-feira (16) a mulher que mentiu sobre ter encontrado R$ 47 mil em uma bolsa. Ela estava na Central de Polícia de João Pessoa, e foi liberada para cumprir prisão domiciliar no município de Sapé, Zona da Mata paraibana, onde mora com filhos pequenos. Daiane Silva é suspeita de estelionato.
A mulher passou por audiência de custódia no domingo (15), e segundo a decisão do juiz plantonista José Jackson Guimarães, “a acusada tem filhos menores que naturalmente necessita de seus cuidados”. Além disso, o magistrado também decidiu que a mulher deve usar tornozeleira eletrônica. Ela admitiu que inventou toda a história envolvendo o dinheiro.
O Ministério Público da Paraíba pediu a conversão da prisão temporária em prisão preventiva, até que o caso seja julgado pela Vara Criminal do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). O juiz atendeu ao pedido, mas decretando prisão domiciliar.
O advogado de defesa da mulher, Mozart Tiago, informou à TV Cabo Branco nesta segunda (16) que deve entrar com um pedido para que ela não precise usar a tornozeleira eletrônica, mas fique apenas em prisão domiciliar.
“Não ficou nos autos provas de que ela tenha recebido vantagem indevida (como prevê o crime de estelionato). Durante o processo, essa vai ser a principal linha de defesa. Ela diz que não estava com intenção de receber vantagem, mas confessou que mentiu e a confissão já é uma autodefesa”, explicou o advogado de Daiane.
Ele também disse que a mulher alegou ter problemas psicológicos relacionados ao hábito de mentir, o que deve ser comprovado ou não após exames médicos.

A história inventada

Após chegar em casa com a bolsa, Daiane disse ter visto que na bolsa tinha documentos, um celular e vários pacotes fechados. Ela pensou que poderia ser dinheiro ou droga, então decidiu não abrir. Na segunda-feira (9), começou a pensar como faria para encontrar à dona. Sintonizando no rádio, ela disse que ouviu o anúncio da perda de uma bolsa e entrou em contato com a pessoa para dizer que tinha encontrado.

Marcou de devolver a bolsa em frente ao Batalhão da Polícia Militar. Chegando no ponto marcado, Daiane disse que entregou a bolsa e pediu que a mulher conferisse tudo. Lá, ela teria sido informada do que eram os pacotes.

Investigação policial

Desde a veiculação da história, a Polícia Civil começou a acompanhar o caso, coletando informações baseado em alguns detalhes que estavam desencontrados na história. Na investigação policial, foi identificado que Daiane Silva já responde por estelionato em Bananeiras, onde forjou a cirurgia de uma das filhas para comover as pessoas e arrecadar dinheiro para a suposta cirurgia.

A partir daí, a Polícia Civil descobriu que o telefone da suposta dona era, na verdade, de Daiane Silva, e que ela fazia o “personagem” tanto da pessoa que tinha encontrado a bolsa, quanto de quem tinha perdido, com o mesmo objetivo de comover a população e ser beneficiada com o caso.

“Nunca existiu bolsa, nunca existiu dinheiro, tudo foi uma grande farsa”, declarou o delegado Carlos Othon.

Neste sábado, ainda recebendo dinheiro da história que forjou, Daiane Silva foi presa em flagrante enquanto dava entrevista para um veículo de comunicação. De acordo com Carlos Othon, a mulher recebeu alguns depósitos bancários como ajuda de pessoas que se comoveram com a história, um curso técnico de enfermagem com todas as mensalidades pagas, e outros benefícios e vantagens indevidas em proveito da história inventada.

A Polícia Civil vai solicitar o bloqueio judicial dos valores da conta bancária da mulher, por se tratar de dinheiro proveniente do crime. Ela foi presa em flagrante na 6ª Delegacia Distrital de Santa Rita e vai responder pelo crime de estelionato, que não cabe fiança. Depois, foi encaminhada para exame de corpo delito.