Pai de georgiano não quer ver as imagens do acidente que matou filho

Ex-atleta de luge, David Kumaritashvili diz que pista estava muito rápida e que coração está fraco para assistir aos últimos momentos do filho.

Do G1

A dor da família Kumaritashvili é grande demais. Enquanto David foi até a porta de sua casa em Bakuriani, na Geórgia, falar com a imprensa sobre Nodar, o filho que morreu na última curva da pista de luge dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, sua mulher seguia mergulhada em pranto inconsolável na sala, cercada por fotos de Nodar. O pai prefere lembrar da alegria dele diante da realização do sonho de disputar as Olimpíadas. E admite não querer ver as imagens do acidente de sexta-feira.

– Nosso corações estão quebrados. Ele era tão jovem e tinha toda a vida pela frente. Sempre quis ser um atleta e sempre sonhou disputar os Jogos. Estava tão animado em ir. Nunca o vi tão animado em sua vida inteira. Eu não quero ver as imagens de como aconteceu. Meu coração está fraco e acho que não sobreviveria vendo isso – afirmou David Kumaritashvili, em matéria publicada no jornal inglês "Telegraph".

O pai, que também competiu no luge quando a Geórgia fazia parte da antiga União Soviética, diz não saber de quem foi a culpa pela morte de Nodar, mas que ele nunca deveria ter atingido tanta velocidade. No momento que foi jogado para fora da pista e bateu com a cabeça num poste de metal, o filho estava a 145km/h.

– Eu não sei se foi a pista ou se foi um erro. Mas sei que ele nunca deveria ter ido tão rápido. Aquela velocidade é demais para esse esporte.

A Federação Internacional de luge afirmou que a morte não foi causada por uma deficiência da pista de Whistler, mas por erro humano. Apesar disso, os organizadores dos Jogos de Vancouver promoveram mudanças: instalaram um muro de proteção e diminuíram o percurso.