PF apreende arma e munições dentro da casa de promotor

Apreensões na casa do promotor Carlos Guilherme Machado, em Cajazerias, atenderam a pedido do Ministério Público. Ele é investigado por ter atirado no cunhado.

João Paulo Medeiros, do Jornal da Paraíba

Uma equipe da Polícia Federal (PF) da delegacia da cidade de Patos, no Sertão do Estado, cumpriu, na última segunda-feira, um mandado de busca e apreensão na residência do promotor Carlos Guilherme Santos Machado, na cidade de Cajazeiras. No local, conforme a polícia, foram apreendidas munições, uma espingarda calibre 12, documentos, um computador e medicamentos.

As apreensões foram realizadas atendendo a uma determinação do Tribunal de Justiça do Estado, a pedido do Ministério Público (MP), e tiveram por objetivo dar continuidade às diligências que estão sendo realizadas durante uma investigação em que o promotor é acusado de ter atirado contra o cunhado, o pedreiro Patrício da Silva, de 30 anos, no dia 14 do mês passado.

“Nós apenas demos o apoio para as ações que o Ministério Público está adotando no caso”, explicou o delegado chefe da PF patoense, Francisco Martins. Na época do incidente, o promotor alegou que tinha sido insultado pela vítima e teria disparado em legítima defesa, para que o pedreiro se afastasse.

De acordo com o delegado da PF, o material apreendido poderá servir de prova no caso e foi encaminhado para ser analisado na capital do Estado, pelo Ministério Público. Um dia depois do fato, Carlos Guilherme foi afastado do cargo por uma decisão do Conselho Superior do Ministério Público da Paraíba.

As investigações estão sendo feitas por uma comissão formada pela procuradora de Justiça, Sônia Maria Guedes Alcoforado e pelos promotores de Justiça Francisco Paula Ferreira Lavor e Romualdo Tadeu de Araújo Dias.

Carlos Guilherme ingressou no Ministério Público da Paraíba através de concurso público realizado em 2006 e assumiu o cargo de Promotor de Justiça substituto em julho de 2008. Em maio deste ano, ele foi promovido para o cargo de Promotor de Justiça de 1ª Entrância, para a Promotoria de Justiça cumulativa do município de Uiraúna. A posse da promoção também foi suspensa por deliberação do Conselho Superior do MP, até que as investigações sobre o caso sejam concluídas.

Por telefone, o promotor Carlos Guilherme informou que estava em João Pessoa e não tinha sido informado de nenhuma diligência em sua residência. A procuradora-geral de Justiça do Estado, Janete Ismael, informou que o procedimento que investiga Carlos Guilherme está sob segredo de Justiça e por isso “não posso tecer qualquer comentário, porque não é oportuno para não prejudicar o andamento das investigações”.