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COTIDIANO

População da cidade de Sapé sofre com a ação de traficantes

Por conta do tráfico, município tem lei que disciplina o horário de funcionamento de bares e restaurantes.

Publicado em 30/10/2011 às 14:25

O tráfico de drogas é apontado como o motivo da execução de 22 pessoas este ano no municípío de Sapé, na região da Mata Paraibana, o que representa 91,6% dos assassinatos. Na cidade foram registrados 24 homicídios este ano. Para reduzir o tráfico, a prostituição infanto-juvenil e os registros de homicídios foi implantada na cidade uma lei que disciplina o horário de funcionamento de bares e restaurantes do município. De acordo com a polícia, a lei já surtiu efeito e no município houve queda nos registros de exploração sexual infanto-juvenil, assaltos e acidentes de trânsito. A legislação existia desde o ano de 2009, mas só passou a ser aplicada este ano.

De domingo a quinta-feira os estabelecimentos são obrigados a fechar à meia noite, já na sexta-feira o limite máximo para que todos sejam fechados é 2h. “O resultado dessa lei é extremamente positivo para a sociedade de uma forma geral, uma vez que o álcool está diretamente ligado aos crimes. Nós fiscalizamos a aplicação da lei e fechamos os bares que insistem em permanecer abertos,” disse o capitão Kelton Pontes, comandante da 3ª Companhia de Policiamento de Sapé.

Ele afirmou também que além da redução no número de agressões em decorrência do uso excessivo de álcool, outro ponto apresentou resultados positivos foi o uso do capacete por todos os motociclistas que trafegam na cidade. Segundo informações da prefeitura municipal, o número de mortes e acidentes graves com motocicletas foi bastante reduzido após um trabalho de conscientazação do uso do capacete.

Os moradores aprovaram o cumprimento da lei e afirmam que os casos de exploração sexual diminuíram. “Durante toda a noite e madrugada a gente encontrava muita menina se prostituindo, a praça João Pessoa era o local em que eram concentrados os casos de prostituição, mas depois que a lei passou a ser cumprida isso acabou,” disse Francineide dos Santos.

O trabalho da polícia apresentou resultados positivos na comunidade 'Várzea do Rato', local onde era frequente o consumo de entorpecentes e servia de base para traficantes.

Traficantes recrutam crianças


Um fato registrado na capital e que a cada dia se espalha pelo interior do Estado é o recrutamente de crianças e adolescentes pelo tráfico de drogas. Atraídos pela promessa de um suposto poder e a possibilidade de andarem armados, os jovens se envolvem em práticas criminosas ainda no início da adolescência e assumem muitas vezes crimes que não cometeram. No município de Sapé a situação não é diferente e um grande número de adolescentes está envolvido com a rede do tráfico de drogas.

“O recrutamente de crianças e adolecentes para a venda da droga tem nos preocupado muito. São pessoas que poderiam estar estudando, tentando um futuro melhor mas acabam envolvidos em ações criminosas. Os traficantes maiores de idade convocam estes adolescentes para que eles possam assumir o porte de uma arma ou droga, assumir a prática de um homicídio porque sabem que a lei é muito flexível com a juventude. Nós apreendemos o menor e no dia seguinte ele retorna a rua para vender a droga. Já apreendemos diversos menores que praticaram vários homicídios, traficaram e roubaram, mas em virtude da flexibilidade da lei retornam às ruas para praticar os mesmos delitos,” explicou o coronel Kelton Pontes.

O delegado Reinaldo Nóbrega afirmou que as crianças e adolescentes assumem os crimes cometidos por todo o grupo criminoso. “Eles chamam a responsabilidade para si. O percentual é muito grande, é preocupante. Eles assumem estes crimes por sofrerem ameaças ou receber benefícios. O traficante oferece um tênis, um celular e o jovem se encanta com essas promessas já que nunca teriam condições de, por meios lícitos, adquirir estes produtos,” afirmou o delegado.

Bandidos têm rota de fuga

Uma das dificuldades encontradas pela Polícia Militar na hora de combater o tráfico de drogas na cidade de Sapé, é a forte ligação que os criminosos do município possuem com traficantes de cidades como Santa Rita, Cruz do Espírito Santo, Mamanguape e até Guarabira. Conforme o capitão Kelton Pontes, os criminosos atuam junto a facção criminosa Al Qaeda, que possui ramificações em várias cidades da região metropolitana de João Pessoa. Os traficantes se utilizariam de esconderijos em outros municípios e também atuariam em parceria na compra e venda de entorpecentes.

“Constatamos esse intercâmbio de criminosos frequentemente. Quando prendemos esses traficantes, observamos que eles são de outras cidades, como Santa Rita e Guarabira” revelou o capitão Kelton Pontes.

A principal rota de ligação entre os traficantes apontada pelo comandante do 7º Batalhão de Polícia Militar, o tenente coronel Paulo Sérgio, é a ponte da Batalha, que liga os municípios de Sapé e Cruz do Espírito Santo. Com a interdição da ponte no mês de julho, o comandante afirmou que chegou a ser registrada uma diminuição no número de crimes. “Os criminosos de Santa Rita muitas vezes utilizam esta rota para atuar” disse o tenente coronel Paulo Sérgio.

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Jornal da Paraíba

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