Promotor denunciado por atirar em cunhado se defende de acusações

Carlos Guilherme é acusado de agredir cunhado e apontar arma contra criança durante confusão no domingo (14). Ele é promotor em Cajazeiras há 1 ano.

Karoline Zilah

Um promotor de Justiça do município de Cajazeiras, no Sertão do estado, está sendo acusado de lesão corporal por ter atirado contra o cunhado. Durante a confusão, Carlos Guilherme também foi apontado como responsável por apontar uma arma contra a cabeça de uma criança de 9 anos portadora de Síndrome de Down. A ocorrência foi registrada noite do domingo (14), por volta das 19h, mas as duas partes prestaram queixa, cada uma alegando ter sido vítima.

De acordo com o 6º Batalhão da Polícia Militar, quem prestou queixa foi o pedreiro Patrício da Silva, de 30 anos, irmão de uma adolescente de 17 anos com quem o promotor Carlos Guilherme teria um relacionamento amoroso. O pedreiro relatou à polícia que o acusado teria chegado à residência da família da namorada convidando-a para sair.

Com a recusa da moça, ele teria se revoltado e apontado uma pistola para a cabeça da criança. Segundo o pedreiro, ele tentou reagir para proteger a vítima e acabou sendo atingido por um disparo no pé. Carlos Guilherme teria fugido logo em seguida no carro, levando a namorada.

O promotor, que atua há um ano em Cajazeiras, onde está residindo atualmente, conversou com o Paraíba1 na manhã desta segunda-feira (15) e confirmou a versão que apresentou à Delegacia de Polícia, à Polícia Militar e ao Ministério Público. Ele contou que em todos os momentos tentou se defender do cunhado, que estaria embriagado. Carlos Guilherme relatou que tem testemunhas de que ele teria sido vítima e que teria disparado contra o chão apenas com o intuito de advertir o pedreiro.

“Apesar de não parecer, fui vítima de uma agressão e só fiz me defender. Já prestei as minhas declaração perante o encarregado de apuração do Ministério Público e estou à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento”, explicou o promotor.

Foi ele quem entrou em contato com o 6º Batalhão solicitando a presença da PM em sua residência, explicando que precisava ser acompanhado para registrar um flagrante. O coronel Dutra foi até a residência de Carlos Guilherme e ouviu sua versão do ocorrido. Ele reforçou que não teria apontado a arma para a cabeça da criança em nenhum momento e que, ao final da confusão, a namorada o teria acompanhado por livre e espontânea vontade.

Carlos Guilherme pediu para ir à delegacia de polícia local para esclarecer os fatos. A procuradora geral do Ministério Público, Janete Ismal, recomendou ao comandante do 6º Batalhão que acompanhasse o promotor até a sede do Ministério Público para que fosse instaurado um procedimento. O acusado foi ouvido pela promotora Artemize Leal e liberado em seguida.