Reposição hormonal pode prevenir mal de Alzheimer

Novo estudo sugere que mulheres que começam a fazer reposição hormonal até cinco anos após a menopausa podem estar mais protegidas do mal de Alzheimer.

Um novo estudo sugere que mulheres que começam a fazer reposição hormonal até cinco anos após a menopausa podem estar mais protegidas do mal de Alzheimer.

A terapia hormonal, indicada para tratar os sintomas da menopausa (como as ondas de calor), reduz em 30% o risco desse tipo de demência, segundo pesquisa publicada no periódico ‘Neurology’, da Academia Americana de Neurologia.

De acordo com Sonia Brucki, coordenadora do Departamento de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia, já se sabe que o estrógeno tem efeito protetor no sistema vascular e, em estudos in vitro, o hormônio aumentou o brotamento neural.

O benefício, porém, só foi observado nessa janela de cinco anos após a menopausa. Segundo César Fernandes, presidente da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), a terapia hormonal já mostrou efeito protetor semelhante, nesse mesmo período, para osteoporose.

"Essa é uma janela de fragilidade, por causa da deficiência hormonal nesse momento, mas também de oportunidade de agir", afirma.

RISCO AUMENTADO
Curiosamente, o risco de Alzheimer aumentou entre as mulheres que começaram a fazer a reposição de estrogênio e progesterona mais tarde, após os 65 anos.

"Brinco que paciente também tem data de validade. O momento de intervir é o do problema agudo. Qualquer tratamento extemporâneo pode até causar danos", afirma Fernandes. O mecanismo pelo qual isso acontece, porém, ainda não foi esclarecido, segundo Sonia Brucki.