UE aprova novas sanções ao Irã

Novas sanções proíbem toda transferência entre bancos europeus e entidades iranianas, a menos em caso de autorização prévia.

A União Europeia (UE) aprovou ontem um novo amplo conjunto de sanções financeiras ao Irã, que deve afetar os setores de finanças, energia e transportes do país. A intenção da UE é pressionar as autoridades a retomar as discussões sobre o programa nuclear do país. Os 27 ministros das Relações Exteriores da União, reunidos em Luxemburgo, autorizaram a aplicação das medidas, previamente acordadas entre seus diplomatas.

As novas sanções proíbem toda transferência entre bancos europeus e entidades iranianas a partir de certa quantia, a menos em caso de autorização prévia. Também se congelam os investimentos de 34 empresas que financiam o regime do Irã e se vetam as importações de gás natural.

"O Irã atua em flagrante violação das suas obrigações internacionais, ao se recusar a cooperar com a Agência Internacional de Energia Atômica", disse o comunicado emitido pela UE.

Há dois anos, os países do Ocidente impõem medidas de embargo ao Irã, o que já provocou a queda das suas exportações e da sua produção petroleira (principal fonte de riqueza do país), a derrubada do rial, sua moeda, uma desaceleração em sua economia e a escalada do desemprego.

O ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, disse, ainda hoje, que as novas sanções da UE não afetarão muito a economia do Irã.

"No máximo, podem acontecer alguns problemas temporários, mas não será uma influência a longo prazo", disse Salehi em visita ao Azerbaijão.

Ele ressaltou que o Irã é um país de "economia forte", reconhecida pelas maiores instituições financeiras internacionais, incluindo o Banco Mundial.

RETALIAÇÃO
O chefe da Guarda Revolucionária do Irã planeja causar um desastre ambiental no estreito de Harmuz para bloquear a exportação transoceânica de petróleo, num revide às sanções econômicas. A informação é da revista alemã "Der Spiegel".

Mohammad Ali Jafari, que comanda a Guarda, planejou, segundo a revista, jogar um navio petroleiro contra as rochas no estreito, o canal marítimo mais importante do mundo para a produção petrolífera. Cerca de 40% das exportações transoceânicas de petróleo no mundo inteiro passam pelo estreito.

De acordo com a publicação, o Irã assim conseguiria punir os países árabes que são hostis a ele e forçar o Ocidente a "limpar" o oceano, o que levaria a uma revisão das sanções.