Apenas 12,2% da população paraibana tinha plano de saúde antes da pandemia

Número no estado é ainda menor que o registrado no país, de 26%.

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Apenas 12,2% da população paraibana tinha plano de saúde médico em 2019, poucos meses antes da pandemia do novo coronavírus registrada esse ano. Os dados , divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o número de pessoas no país com planos de saúde no mesmo período era de 26%. Para secretário executivo de saúde da Paraíba, números reforçam a necessidade de defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, mostrou que entre as pessoas que tinham algum plano de saúde, 77,4% avaliaram o plano de saúde médico principal (ou único) como “bom ou muito bom”, revelando considerável satisfação em relação a esses serviços prestados. Comparando-se as grandes regiões, a região nordeste apresentou a menor proporção de pessoas com esse tipo de avaliação (72,0%), ao passo que a região sul, a maior (80,4%).

Para o secretário executivo de saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi, os números mostram, mais uma vez, a importância do Sistema Único de Saúde e da necessidade de ampliação da compreensão cidadã que a população precisa ter em relação a como o SUS precisa ser defendido. “Nós, brasileiros, que desde 1988 contamos com o SUS, às vezes perdemos a percepção do que é ter uma medida prevista na Constituição cidadã protetora do caráter civilizatório do Brasil, da proteção da dignidade, da saúde e do bem-estar social”, defendeu.

Segundo ele, o SUS foi fundamental como garantia da primeira linha de defesa da vida, diante da pandemia do novo coronavírus. “A saúde suplementar não tem condições de fazer essa cobertura, apesar de ser um serviço pago. Nos momentos mais difíceis, o SUS ainda tem mais reserva de leitos que a saúde suplementar e também é função do SUS conhecer as capacidades de oferta do sistema privado e acompanhá-los, como foi feito diariamente, pessoalmente, por mim, que ligava para saber como estava a capacidade de oferta de cada hospital. Porque em última instÂncia, a proteção e a defesa das vidas das pessoas que são beneficiadas pela saúde suplementar, num cenário de colapso, também recai sobre o SUS”, destacou.

45,4% dos planos de saúde são pagos total ou parcialmente pelo empregador

Das pessoas que tinham plano de saúde médico  no país, 46,2% eram titulares que pagavam os seus custos diretamente ao plano, enquanto 45,4% dependiam parcial ou integralmente do empregador para pagar os custos: 30,9% dividiam as despesas com o empregador e, para 14,5%, o empregador pagava integralmente o plano.

A cobertura de plano de saúde odontológico era bem menos abrangente do que a do tipo médico: 12,9% contra 26,0%. Mesmo nas faixas de rendimento mais elevadas, o plano de saúde odontológico foi adquirido por, aproximadamente, um terço das pessoas.

Quase todos os planos médicos cobriam consultas (99,1%) e exames (98,3%) e despesas com internações (91,6%), mas apenas 77,6% davam cobertura para partos.