Câncer de mama mata 2 mil na Paraíba

Dados são do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado da Saúde (SES) mostram que as mortes causadas pelo câncer de mama estão crescendo na Paraíba.

Entre janeiro a setembro de 1999, os tumores mataram 45. Este número saltou para 161 casos registrados no mesmo período de 2013, perfazendo uma diferença de 257,7%. Ao longo destes 12 anos e nove meses, ocorreram 2.135 óbitos por tumores nas mamas. As cidades com mais registros foram João Pessoa (705), Campina Grande (252), Bayeux (74) e Patos (71).

Para especialistas, as principais causas da mortalidade são a demora em iniciar o tratamento e dificuldade em ter acesso a exames preventivos. Esses problemas foram debatidos por mais de duas horas na tarde de ontem no auditório da ALPB, durante audiência pública promovida pela deputada e presidente da Comissão dos Direitos da Mulher da ALPB, Daniella Ribeiro (PP).

Além de representantes das Secretarias de Saúde do Estado e do Município de João Pessoa, estiveram presentes parlamentares e integrantes da Organização Não Governamental Amigos do Peito.

A mastologista Eulina Helena Ramalho, uma das fundadoras da ONG, lembrou que o câncer de mama ainda é a principal causa de morte entre as mulheres e observou que a assistência ainda é deficitária na Paraíba.

“Apenas duas cidades no Estado possuem serviços de oncologia, que ficam instalados em Campina Grande e João Pessoa. O Estado prometeu a criação de um hospital de oncologia na cidade de Patos, mas ainda não cumpriu. É preciso descentralizar essa assistência”, afirmou.

Já a secretária-executiva de Estado da Saúde, Cláudia Luciana Veras, declarou que o governo assinou a ordem de serviço e a obra da Unidade de Oncologia de Patos deverá ser iniciada ainda neste ano. Ela admitiu que as mortes de câncer de mama preocupam o governo e que o tratamento ainda está disponível em apenas duas das 223 cidades paraibanas, mas destacou que a prevenção é responsabilidade também dos municípios.

“Temos 1.600 equipes no Programa de Saúde da Família no Estado, que cobrem 82% da população total. É preciso que esses profissionais cadastrem e encaminhem a paciente, assim que detectarem algum sinal da doença. Temos que permitir que essas mulheres tenham acesso aos exames. A responsabilidade é compartilhada”, declarou a secretária executiva.

Durante a reunião, membros do Amigos do Peito entregaram uma lista de reivindicações à deputada Daniella Ribeiro. O documento solicita a união dos poderes Legislativo e Executivo para melhorar as ações de combate ao câncer. Entre outras medidas, a ONG sugere maior capacitação dos profissionais da saúde sobre a doença, melhor qualidade dos exames de mamografia e melhor organização dos serviços de saúde.

As ações que foram discutidas na ALPB serão novamente analisadas amanhã durante uma audiência pública no Ministério Público Federal (MPF). O evento, que ocorrerá às 10h, vai debater principalmente o funcionamento dos mamógrafos da Paraíba.

Entre outras autoridades, foram convidados representantes das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, a médica mastologista Joana Marisa de Barros (ONG Amigos do Peito), Agência Estadual de Vigilância de Saúde (Agevisa) e o superintendente do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW).