Ex-padrasto é condenado a 31 anos de prisão por estupro e morte de Rebeca

Julgamento durou mais de 12 horas. Defesa deve recorrer da sentença de condenação.

Joana Rosa
Promotor caso Rebeca (Foto: Joana Rosa)
Promotor caso Rebeca (Foto: Joana Rosa)

O cabo Edvaldo Soares da Silva foi condenado a 31 anos de prisão pelo estupro e morte da estudante Rebeca Cristina Alves, em 2011 , que na época era enteada dele. O julgamento durou mais de 12 horas e terminou no começo da madrugada desta sexta-feira (1º). A pena vai ser cumprida em regime fechado.

Segundo a sentença, lida pelo juiz Marcos Wiliam,  Edvaldo foi condenado a 10 anos de reclusão pela co-autoria do crime de estupro qualificado e a 21 anos pelo crime de homicídio qualificado. A defesa vai recorrer da decisão.

Caso de execução

“Não existe crime perfeito”, disse o promotor Marcus Leite, responsável pela acusação de Edvaldo Soares da Silva. Ele defende que o tiro na nuca atesta que se trata de um caso de execução. “A pessoa sabia o que estava fazendo”, diz. Marcus pede a condenação de Ednaldo por efetiva participação nos crimes de estupro e homicídio.

O promotor defende que não foi encontrado material genético de Edvaldo no corpo de Rebeca porque ele é adepto do coito interrompido, quando a relação sexual é interrompida antes da ejaculação, e também da prática do voyeurismo, quando o prazer se dá em observar o ato sexual de outras pessoas. Além disso, ele também retomou o debate sobre o fato apresentado por um dos peritos ouvidos durante o julgamento, que destacou o fato de Rebeca ter sido encontrada com as roupas íntimas, sinal de que o agressor tinha uma relação de afeto com a vítima.

Bode expiatório

Durante seu depoimento, Edvaldo negou ter matado Rebeca e disse que querem condená-lo para dar uma satisfação à sociedade e está sendo um bode expiatório do caso. Segundo o promotor, os delegados que passaram pelo caso relataram que Edvaldo costumava fazer tumulto na delegacia ao levar pessoas aleatórias para fazer exames de DNA, sempre os apontando como suspeitos do caso.

Parte da defesa de Edvaldo se baseou na tese de que as provas apresentadas não o ligam ao crime e também defendeu que o cliente está sendo usado como resposta para o crime. Além disso, o advogado Wagner Veloso, responsável pela defesa do réu,  questionou a postura dos delegados responsáveis pela investigação. Ele também lançou suspeitas sobre o jovem que namorava com Rebeca, com quem ela teria conversando ao telefone durante cinco horas no dia anterior ao crime.

Ex-padrasto é condenado a 31 anos de prisão por estupro e morte de RebecaEstupro e morte

O crime aconteceu no dia 11 de julho de 2011. O corpo de Rebeca foi encontrado, no mesmo dia, na Mata de Jacarapé, às 14h30. A adolescente Rebeca tinha apenas 15 anos, quando foi estuprada e assassinada no trajeto entre sua casa e o Colégio da Polícia Militar, em Mangabeira VIII, Zona Sul de João Pessoa. Segundo o processo, o Cabo Edvaldo estaria acompanhado de indivíduo ainda não identificado, quando, em tese, teria praticado os crimes.

Segundo os autos, os crimes de homicídio e estupro foram comprovados pelos exame de corpo de delito. De acordo o laudo pericial, a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico, decorrente de ferimento causado por arma de fogo.