Com saques maiores que depósitos, poupança tem pior semestre desde 1995

 Por causa da crise, os brasileiros precisam sacar mais recursos para pagar dívidas.  

Os saques na poupança superaram os depósitos em R$ 42,606 bilhões no primeiro semestre deste ano. A retirada líquida (descontados depósitos) supera o resultado também negativo registrado no primeiro semestre de 2015, quando ficou em R$ 38,541 bilhões, informou nesta quarta-feira (6) o Banco Central (BC). Esse é o pior resultado para o primeiro semestre registrado na série histórica, iniciada em 1995.

Em junho, a retirada líquida ficou em R$ 3,718 bilhões. Os saques da poupança somaram R$ 164,962 bilhões em junho e R$ 984,443 bilhões no primeiro semestre, superando os depósitos, que alcançaram R$ 161,244 bilhões e R$ 941,837 bilhões, respectivamente.

O saldo total nas contas chegou a R$ 638,223 bilhões em junho. Os rendimentos creditados nas cadernetas dos investidores atingiu R$ 4,076 bilhões no mês passado.

A poupança tem registrado retirada expressiva de recursos. Desde janeiro do ano passado, o único mês em que foi registrado resultado positivo (mais depósitos do que saques) foi em dezembro de 2015 (R$ 4,789 bilhões).

Com os juros altos, outras aplicações têm se tornado mais atrativas. Além disso, a poupança perdeu rentabilidade ante a inflação.

A recessão econômica também contribuiu para a fuga de recursos da poupança. Por causa da crise e do desemprego, os brasileiros têm menos sobra de dinheiro para aplicar na caderneta e precisam sacar mais recursos para pagar dívidas.