Comerciantes insatisfeitos

Donos de quiosques no Parque Solon de Lucena dizem que não foram ouvidos sobre intervenções. Prefeito disse que está negociando.

Apesar da grandeza e dimensão do projeto, comerciantes e a população de modo geral não estão completamente satisfeitos com as obras. Secretário da Associação dos Proprietários de Quiosques da Lagoa, Garcez Filho disse que os donos dos estabelecimentos não foram consultados sobre as intervenções e denunciou que a prefeitura estaria tentando forçá-los a sair do local sem ofertar uma alternativa para que todos mantenham seus empregos.

“Eu trabalho aqui há 29 anos e essa semana recebemos uma multa de R$ 9.384,40 da Secretaria do Meio Ambiente para cada proprietário pagar, exigindo de nós uma licença ambiental depois de tanto tempo. Não podemos ver isso senão como uma forma de nos pressionar a sair. E não vamos. Só sairemos daqui indenizados ou sob ordem judicial”, afirmou.

O projeto de revitalização do Parque Solon de Lucena prevê mais de R$ 2,6 milhões para a construção de seis conjuntos de quiosques tipo lanchonete. Serão 12 unidades que deverão passar por uma concorrência para serem ocupados. Hoje existem 41 quiosques no local. “Não se sabe para onde nós vamos e, até agora, não nos foi dada nenhuma garantia de como ficaremos”, disse.

Frequentador diário do Parque, o advogado Gilson Lira disse que o mais lamentável é o fato de a população não ter sido ouvida. “Não sou a favor de todos os comerciantes não serem beneficiados. Era preciso que tudo isso fosse debatido”, opinou o advogado.

De acordo com o prefeito Luciano Cartaxo, a Prefeitura está há três meses em negociação com os comerciantes para definir a situação deles. Ele afirmou que o projeto será cumprido à risca, devolvendo à Lagoa a característica de Parque.
Por sua vez, o secretário de Planejamento, Zennedy Bezerra, detalhou que os comerciantes deverão ser realocados para outras áreas da cidade. “A intenção é dar proteção, acabar com a vulnerabilidade existente hoje inclusive com relação à prostituição, droga e violência. A nova versão dos quiosques será para alimentação sadia, inclusive sem a comercialização de bebidas alcoólicas”, disse.

SEM RESPOSTA
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria do Meio Ambiente da capital (Semam), mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

A OBRA

O que foi feito:
• Desassoreamento
• Construção do Anel Sanitário

Em andamento:
• Construção do túnel
• Concretagem do túnel

O que falta:
• Projeto paisagístico

Previsão de conclusão:
• Primeiro semestre de 2016

Custo total da obra:
• Mais de R$ 30 milhões