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VIDA URBANA

Consequências são para o resto da vida

De acordo com o psicólogo clínico Éverton Procópio, os eventos traumáticos são representados de forma diferente na memória das vítimas.

Publicado em 06/07/2014 às 7:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:23

De acordo com o psicólogo clínico Éverton Procópio, os eventos traumáticos são representados de forma diferente na memória das vítimas, ou seja, cada indivíduo constrói sua realidade pessoal de modo ativo, e isso influencia sua percepção dos fatos e seu controle sobre a situação traumática. “Isso levará a vítima, a partir de suas explicações, superar ou não o trauma, pois o problema não são os fatos, mas como a pessoa os interpreta”, declara.

As consequências do trauma em crianças e adolescentes que passam por situações como essa permanecem ao longo da vida e, em muitos casos, se agravam quando não há uma intervenção adequada, conforme explica o psicólogo. Filhos pequenos que perdem os pais em mortes violentas, como foi o caso, têm mais chance de se tornarem adultos revoltados. “Vai depender das variáveis da personalidade, dos apoios sociais, da história familiar e do contexto no qual a criança está inserida”, afirma Procópio.

Segundo o psicólogo, crianças que vivenciam traumas têm prejuízos emocionais, comportamentais, sociais e cognitivos, cuja experiência traumática é acompanhada por um déficit nas habilidades sociais e de resolução de problemas, “o que pode dificultar sua interação com a família, com os pares e sua adaptação social”, frisa.

Os sobreviventes da tragédia podem ter medo de se relacionar com outras pessoas por conta do trauma sofrido. “Pessoas que sofrem um trauma grave têm seus pensamentos dominados pela percepção de perigo e medo, bem como pelas interpretações de sua própria competência para lidar com essas ameaças, afetando seu relacionamento interpessoal”, destaca Procópio. É normal que elas se sintam inseguras ou achem que todas as pessoas semelhantes aos autores do trauma sejam ruins, ocasionando um prejuízo social significativo na vida desses indivíduos.

Em relação à criança que levou o corte no rosto, o psicólogo explica que o trauma pode ser mais forte por conta da cicatriz que está sempre presente. “Contudo, o evento traumático faz com que o organismo busque estratégias compensatórias capazes de restabelecer um novo ponto de equilíbrio emocional. Apesar da cicatriz ser um estímulo que lembre o trauma, geralmente ela não tem o sentimento de estar revivendo o passado. Isso pode ocorrer através de outros mecanismos, como sonhos aflitivos ligados ao evento ou brincadeiras com conteúdos que representem o trauma”, afirma.

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Jornal da Paraíba

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