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VIDA URBANA

Decreto da Lei das Cotas divide opiniões

Professores e alunos divergem quando o assunto é a 'Lei das Cotas'; alunos das escolas privadas estão insatisfeitos com a medida.

Publicado em 30/10/2012 às 6:00


A realidade nas salas de aulas das instituições federais de ensino superior não deverá mudar muito depois do decreto que altera a 'Lei das cotas'. Para o professor de história da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Mozart Menezes, as universidades na Paraíba já convivem com certo equilíbrio entre alunos provenientes de escolas públicas e de escolas particulares.

“As cotas já existem e convivemos com isto. Se houver mudança real, será nos cursos mais concorridos. Ou seja, naqueles onde a realidade monetária permite uma preparação maior para ingresso na universidade, a exemplo de Medicina ou Direito. Para os demais, este equilíbrio já se aplica”, afirmou.

No último dia 15, o Ministério da Educação (MEC) determinou, através de publicação no Diário Oficial da União, que 50% das vagas disponíveis nas instituições federais de ensino superior devem ser destinadas a quem cursou o Ensino Médio integralmente em escolas públicas. Isto implicou no adiamento do Processo Seletivo Seriado (2013-PSS) na Paraíba e na reabertura – sem data definida, por hora – das inscrições, com um novo edital que incluirá as regras atualizadas.

Em setembro último, 41 mil estudantes estavam inscritos no PSS-2013. Um destes é a estudante do 3º ano do Ensino Médio de uma escola particular Fernanda Gabriela. A jovem vai tentar vestibular para Medicina, um dos cursos mais concorridos, e ficou decepcionada com a decisão. “Além de eu não acreditar que isto vá resolver o problema da educação no país, ainda prejudica quem vem se esforçando em uma escola particular”, opinou.

Fernanda é um dos exemplos como os que a professora Miriam Medeiros acompanha nas escolas em que trabalha. Ela conta que atua tanto em escolas particulares como em escolas públicas e que os alunos das unidades pagas estão bastante insatisfeitos. “Ouvi alguns dizerem que preferem estudar em unidades do Estado ou do Município e pagar o cursinho por fora”, comentou.

Segundo Miriam, nas escolas públicas, não houve muito impacto, contudo ela se preocupa com as dificuldades que os alunos poderão enfrentar na universidade. “O governo federal vem querendo mostrar números de estudantes formados e os alunos ainda ficam ligados em suas notas e não sabem da importância de aprender realmente. Trabalho há 20 anos com isto e, atualmente, dez dos meus 150 alunos têm um objetivo real dentro da educação. A cota beneficia, mas a maioria não está preparada”, afirmou.

A aluna de letras da UFPB Mônica Rafaela diverge desta opinião. “A sociedade brasileira tem uma dívida imensa com as pessoas que se enquadram neste sistema de cotas. Estudei em escola particular, mas acredito que esta é uma medida justa e de conserto. Existem pesquisas que demonstram a persistência dos cotistas dentro da universidade”, disse.

Para o professor universitário Mozart, os alunos de escolas públicas têm potencial para se tornarem profissionais tão bons quanto aqueles com uma base educacional melhor. “O que pode lhes faltar é a carga de leitura necessária, porque nós conhecemos a realidade das escolas públicas, mas não podemos ser pessimistas”, disse.

Segundo acredita, antes de avaliar se a medida do MEC será benéfica ou maléfica para a educação nas universidades e instituições federais, será preciso vivenciá-la. “O que há, por enquanto, são suposições. De antemão, uma coisa é certa, continuarão entrando nas universidades aqueles que são os melhores dentro do seu grupo, seja de cotistas ou de não cotistas”, concluiu.

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Jornal da Paraíba

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