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VIDA URBANA

Detentos cultivam hortaliças em presídios da PB, gerando renda para famílias

Projeto nasceu de experiência de agente penitenciário com parcerias e investimento de R$ 600.

Publicado em 27/08/2018 às 12:54 | Atualizado em 28/08/2018 às 11:19


                                        
                                            Detentos cultivam hortaliças em presídios da PB, gerando renda para famílias

				
					Detentos cultivam hortaliças em presídios da PB, gerando renda para famílias
Presos cultivam hortaliças em presídios da Grande João Pessoa. Foto: Divulgação/Senar.

Muito mais do que a remissão da pena pelo trabalho, presos de unidades prisionais na região Metropolitana de João Pessoa estão tendo a oportunidade de produzir os próprios alimentos de dentro da cadeia. A iniciativa, que partiu de um agente penitenciário egresso do curso Técnico em Agronegócio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), é resultado de um trabalho que tem transformado a vida de detentos e beneficiando suas famílias.

O projeto, que começou com 12 apenados em Santa Rita, na região metropolitana da capital, agora já está instalado em outros três presídios no Estado: Presídio Feminino, Sílvio Porto e Penitenciária Agrícola.

A produção cresceu tanto que já começou a ser adquirida por vendedores de mercados de João Pessoa, que adquirem parte da produção de folhosas – rúcula, alface roxa, americana, coentro e cebolinha. A renda gerada pela comercialização, deverá cobrir os custos da produção e ainda gerar uma renda de aproximadamente R$ 750,00 que será destinada às famílias detentos.

O trabalho desenvolvido pelos detentos também contribui para a remissão da pena. Nos dias de visita, quartas e domingos, eles não trabalham na horta. Todos os outros dias a lida inicia pela manhã e dependendo da necessidade, trabalham 8 horas, mas a carga horária pode variar de acordo com a rotina das unidades. A vantagem é que a cada três dias de serviço há redução de um dia na condenação.

“Eu acho essa iniciativa muito boa porque me dá trabalho, cuido da minha família e porque eu gosto de plantar. Meu trabalho antes era na construção civil, como pedreiro, mas sempre apreciei o campo. É muito gratificante ver algo que eu cultivei. Quando eu sair daqui eu quero trabalhar na agricultura, porque é na horta que eu gosto de estar. Me sinto bem aqui”, comenta um detento da penitenciária agrícola.


				
					Detentos cultivam hortaliças em presídios da PB, gerando renda para famílias
Agente penitenciário utilizou técnicas aprendidas no Senar para implantar projeto. Foto: Divulgação/Senar.

Como começou

O agente penitenciário Edson Firmino conta que teve seu primeiro contato com o agro na propriedade rural dos avós, em Casinhas, no interior de Pernambuco. Com o intuito de ajuda-los na gestão da produção de hortaliças, Edson decidiu fazer o Curso Técnico em Agronegócio do SENAR. Durante as aulas, ele percebeu que poderia ligar seu trabalho, a época na Unidade Prisional Padrão de Santa Rita, à agricultura.

“Dentro do curso, eu entendi que a cultura de hortaliça é de consumo diário, ou seja, alguém sempre vai estar comprando e alguém sempre vai estar consumindo. E quando olhava para as áreas ao redor do presídio, via que tinha oportunidade muito grande para uma produção ali, só precisava descobrir se esse projeto era viável ou não”, explica Edson.

A questão se tornou no trabalho final de conclusão do curso. Edson descobriu que se plantasse 13 itens que o presídio comprava, economizaria dois terços do que o Estado paga por esses mesmo produtos. Ele mostrou a pesquisa para o diretor do Presídio Padrão de Santa Rita da época, Cícero Júnior, que pediu pra Edson implantar o projeto lá.

Juntos, eles investiram uma quantia inicial de 600 reais para implantação e pediram ajuda ao Senar para criar parcerias que doaram compostos orgânicos, cursos para compostagem e kits de irrigação de microaspersores.

“Trabalhos como o de Edson transformam realidades e incentivam a produção do agronegócio com responsabilidade social e ambiental. É nosso papel como instituição de ensino incentivar a atividade. Nós acreditamos em projetos inovadores e que tem esse perfil social de transformação”, afirma a coordenadora da Rede e-Tec Brasil na Paraíba, Poliana Queiroz.

O agente espera que essa atividade se torne um projeto-lei que seja implantado em todas as classes prisionais e escolas públicas com sua adaptação orçamentária. “Eu acredito na ocupação, e acredito na mão-de-obra prisional. É uma oportunidade para eles conhecerem algo diferente do que as 23 horas que ficam trancados numa cela. Esse projeto é meu voto de confiança neles”, defende.

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Angélica Nunes

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