VIDA URBANA
Distrito do Cajá sofre com problema no abastecimento de água
Sem água nas torneiras moradores do distrito do Cajá são obrigados a carrear água de açude e pagar conta à Cagepa no fim do mês.
Publicado em 26/11/2011 às 6:30
A quantidade de potes acumulados num canto da cozinha denuncia o sofrimento da dona de casa Josefa Maria da Conceição, de 33 anos, que convive diariamente com a falta de água. Ela é moradora de Cajá, distrito de Caldas Brandão, uma cidade com 5.637 habitantes, localizada a 60 quilômetros de João Pessoa.
O distrito é atendido pela Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). A fatura é enviada aos moradores todo final de mês, mas as torneiras ficam vazias durante o dia. “Aqui só tem água de madrugada. A gente precisa ficar acordada até tarde da noite, para encher os tonéis e as bacias que vai precisar no dia seguinte, se não ficamos sem ter água nem para beber”, lamenta Josefa, mais conhecida como “Ninha”.
A dona de casa vive na Vila Nova de Cajá, uma comunidade com mais de 200 famílias localizada às margens da BR 230. Sem água na torneira, a solução para muitos moradores é encontrar refúgio no Açude da Cuba, que fica por trás das casas. Mesmo pagando pela água encanada, adultos, crianças e idosos precisam recorrer ao reservatório diariamente.
“A gente usa a água do açude para tomar banho, lavar roupa, fazer comida e até para beber, porque todo dia falta água aqui, mas a conta chega ao final de mês”, desabafa a dona de casa Maria José Cassimiro, mostrando a fatura quitada da Cagepa, no valor de R$ 23,00.
A população também sofre com a falta de assistência à saúde. Josefa Maria, por exemplo, precisa urgentemente fazer um exame na cabeça. Ela ficou com um grave problema de saúde, após ser agredida pelo ex-marido. “Tenho uma veia dilatada na cabeça. Meu exame precisa ser feito em João Pessoa, mas não tenho dinheiro para a passagem”, lamenta.
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