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VIDA URBANA

Doença de Chagas faz 141 vítimas em 5 anos

Segundo a SES, maioria das mortes ocorreu em 2010, com o registro de 36 casos.

Publicado em 13/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 29/02/2024 às 10:34

A doença de Chagas, transmitida pelas fezes do inseto triatoma, conhecido como barbeiro, nem sempre tem os sintomas perceptíveis, e com isso, a pessoa pode descobri-la somente anos depois de ter sido infectada. A evolução da doença pode causar a morte, que segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da Secretaria de Estado de Saúde (SES), nos últimos 5 anos, 141 paraibanos acometidos pela patologia morreram.

Os números do SIM correspondem ao período de 2010 a 2014, mas que os dois últimos são parciais, já que estão sujeitos a revisão. As estatísticas mostram que entre esses anos, 2010 foi o que teve o maior número de óbitos no Estado, quando registrou 36 mortes por conta da doença. No ano seguinte, houve redução, baixando para 34 casos. Em 2012, foram 29 óbitos. Já em 2013 foram 24, e 18 no ano passado.

O barbeiro é um inseto de hábitos noturnos e vive nas frestas das casas de pau a pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras. Alguns desses locais são facilmente encontrados em comunidades que não possuem infraestrutura adequada, como as localizadas às margens de rio, a exemplo da comunidade Padre Hildon Bandeira, Torre, em João Pessoa, onde a dona de casa Hélia Maria, 52 anos, reside.

Segundo ela, a casa costuma ficar cheia de crianças, filhos e netos, que requerem maior atenção e que para evitar o favorecimento de habitat do inseto, a família faz dedetizações com frequência e mantém a casa livre de entulhos. “A cada três meses a gente higieniza e dedetiza a casa e o quintal para remover pedras e outros locais que possam servir de moradia de insetos, como o barbeiro”, afirmou.

Apesar da preocupação da dona de casa, o gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Daniel Batista, disse que não há registro de casos de doença de Chagas na capital. “As construções de João Pessoa não têm características de habitat natural do barbeiro, mas existem pessoas infectadas, que vêm de outras localidades do Estado, principalmente do interior, onde há um número maior de casas de pau a pique, para se tratarem na capital. Ou ainda, pessoas que anos atrás moraram em regiões favoráveis ao inseto, que foram infectadas por eles e hoje residem aqui. Contudo, é certo que os dados de casos não são reais, pois muitos são subnotificados”, observou.

Em João Pessoa, o tratamento pode ser realizado no Hospital Clementino Fraga, em Jaguaribe, e no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), referências no tratamento de doenças infecciosas e parasitárias.

Segundo o infectologista Francisco de Assis, a doença de Chagas não é transmitida diretamente pela picada do inseto, que se infecta com o parasita Trypanosoma cruzi, após sugar o sangue de um animal contaminado, como gambás ou pequenos roedores. “A transmissão ocorre quando a pessoa coça o local da picada do barbeiro e as fezes eliminadas por ele penetram pelo orifício aberto pela coceira, mas também pode ocorrer por transfusão de sangue contaminado e durante a gravidez, da mãe para filho”, disse.

EVOLUÇÃO
Francisco de Assis destacou que quando o Trypanosoma cruzi cai na corrente sanguínea, afeta os gânglios, o fígado e o baço.

Depois se localiza no coração, intestino e esôfago, nas fases crônicas da doença, quando acontece a sua evolução, podendo haver destruição da musculatura, provocando aumento desses órgãos. “Aí causa outros problemas, como o aumento do coração, ou do cólon, que podem ainda provocar a retenção das fezes. Essas lesões são definitivas, irreversíveis”, declarou.

O infectologista informou que o tratamento medicamentoso na fase aguda da doença (enquanto o parasita está circulando no sangue), mantido por um mês, no mínimo, é para amenizar os efeitos colaterais. Já na fase crônica, passa a ser direcionado às manifestações da doença para evitar as complicações, inclusive a morte.

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Jornal da Paraíba

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