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VIDA URBANA

Chacina de Pioz: 'eu também sofro', declara Patrick Nogueira em último dia de julgamento

Decisão sobre destino do paraibano que matou quatro familiares deve ser divulgada até a próxima segunda-feira (5).

Publicado em 31/10/2018 às 15:52 | Atualizado em 31/10/2018 às 17:14


                                        
                                            Chacina de Pioz: 'eu também sofro', declara Patrick Nogueira em último dia de julgamento

				
					Chacina de Pioz: 'eu também sofro', declara Patrick Nogueira em último dia de julgamento

No último dia de julgamento de François Patrick Nogueira Gouveia, assassino confesso da família brasileira na cidade de Pioz na Espanha, o réu reconheceu que provocou sofrimento à sua família. "Causei muito sofrimento e fiz sofrer pessoas que tenho muito carinho, mas eu também sofro", afirmou Patrick. Nesta quarta-feira (31), último dia de júri, Patrick voltou a pedir perdão por suas ações e ressaltou que quer mudar. As informações são da emissora de televisão Antena 3.

Patrick explicou, em seu depoimento, que sofre porque "cavou" seu túmulo quando criança. Ele afirmou que gostaria de receber tratamento porque não gosta de ser assim e que acredita que as coisas agora vão piorar. “Agora não posso consertar o que passou”, disse.

Por sua vez, a promotora-chefe Rocio Rojo pediu que o júri não tivesse medo de impor a pena máxima ao réu confesso. “Patrick é uma pessoa com um tremendo mal e deve ser punido com prisão permanente. Não tenham medo, pois a prisão permanente é revisável", argumentou. As informações são da emissora de televisão Antena 3. Relembre momentos-chave do julgamento.

Neste último dia, além do Ministério Público, fazem as considerações finais também o advogado de acusação da família de Marcos Nogueira, Alberto Martín, assim como a advogada de defesa de Patrick, Bárbara Royo. De acordo com o tio de Patrick, Walfran Campos, mais de 65 testemunhas de defesa e acusação foram ouvidas, laudos e relatórios apresentados, por se tratar de um julgamento histórico na Espanha, as audiências foram conduzidas com cautela.

“O veredicto de Patrick pode só sair na segunda-feira (5), pois pelo que fui informado, a juíza do caso deve reavaliar todo o material que foi apresentado e todos os depoimentos. A nossa expectativa é que a pena saísse no máximo até sexta (2), mas pode demorar um pouco mais”, explicou.


				
					Chacina de Pioz: 'eu também sofro', declara Patrick Nogueira em último dia de julgamento

O júri popular segue para seus momentos finais, tendo iniciado na quarta-feira (24). A acusação particular pede prisão permanente revisável, que na prática funciona como prisão perpétua. O ministério público, por sua vez, espera prisão permanente revisável pela morte dos tios e 20 anos para cada uma das crianças assassinadas. A defesa, por fim, pede uma atenuação e quer a condenação a 25 anos de prisão.

Para a promotora Rocío Rojo, não há dúvida que foi Patrick o autor da chacina, fato que está claro desde o início. Para ela, independente dos motivos dentro da cabeça do assassino, ficou comprovado que não foi um crime cometido impulsivamente, tendo em vista que matou três pessoas, esquartejou e ainda esperou algumas horas para proceder da mesma forma com Marcos Nogueira, seu próprio tio e pai da família que tinha dizimado.

Ainda de acordo com Rojo, Patrick Nogueira manteve ao longo do processo versões contraditórias. As conversas entre Patrick e Marvin Henriques, acusado na Paraíba de ser partícipe do crime, também foram usadas pela promotora para convencer o júri de que Patrick sabia de tudo que estava acontecendo e havia agido de maneira fria e calculista.

O crime

De acordo com a denúncia da promotoria, o acusado foi até a casa onde a família vivia na cidade de Pioz no dia 17 de agosto de 2016 “com o propósito de acabar com a vida” de seus tios e primos, utilizando uma faca de grandes dimensões.

Conforme o processo, a tia do acusado abriu a porta da casa na presença de seus filhos e permitiu a entrada de Patrick. Em um dado momento, no qual ambos estavam na cozinha, ele a atacou de forma surpreendente e fez um corte em seu pescoço, que veio a causar sua morte.

Em seguida, o acusado foi ao encontro de seus primos, um de quatro e outro de um ano de idade, e também os degolou. Depois, com a intenção de ocultar o crime, o jovem esquartejou o corpo da sua tia e colocou as partes em sacolas plásticas, fazendo o mesmo com os corpos de seus primos, mas sem desmembrá-los, e começou a limpar o local, aguardando a chegada de seu tio.

Quando o tio entrou na residência, foi recebido pelo assassino, que esperou que ele virasse as costas para atacá-lo, desferindo várias facadas. Depois, esquartejou o corpo como fez com sua tia, com a intenção de ocultá-lo.

[Atualizada às 17h]

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Marcelo Lima

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