VIDA URBANA
Funcionários da Energisa fecham acordo trabalhista de R$ 30 mi
Foram necessários 19 anos de disputas judiciais, mas funcionários da Energisa aceitaram acordo e vão receber benefício previsto em dissídio coletivo de 1989.
Publicado em 01/11/2008 às 15:24
Phelipe Caldas
Foram necessários 19 anos de disputas judiciais, mas finalmente neste sábado (1º) os trabalhadores da Energisa conseguiram fechar um acordo com a Energisa, que irá pagar cerca de R$ 30 milhões a aproximadamente 2000 funcionários que queriam receber 6% de produtividade, benefício previsto no dissídio coletivo de 1989. A ação se arrastava na morosidade da justiça e com o acordo o processo é encerrado.
De acordo com a proposta dada pela empresa e aprovada em assembléia realizada no Sindicato dos Telefônicos (Sintel), a empresa pagará a primeira parcela em dezembro. Este primeiro pagamento será de R$ 5 mil para cada funcionário e daí em diante as parcelas terão um valor mínimo de R$ 3 mil, sendo que todos os pagamentos terão que ser quitados em um prazo máximo de 12 meses.
O valor a ser pago corresponde a 50% do valor total pedido pelos funcionários e mais o pagamento das despesas com advogados, sindicato e peritos dos reclamantes
O vice-presidente da CUT e um dos responsáveis pela ação, Arimatéia França, destacou que o acordo foi positivo, porque legalmente a empresa ainda teria condições de protelar judicialmente a ação, o que atrasaria ainda mais o recebimento do dinheiro.
“A ação foi e voltou do Tribunal Regional do Trabalho ao Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, várias vezes, e esta situação ainda continuaria por mais alguns anos a frente. Mas que bom que a empresa desta vez se antecipou e procurou um acordo”, destacou o sindicalista, lembrando também que a ação começou quando a empresa ainda era estatal e se chamava Saelpa.
Para se ter uma idéia do tempo em que a ação se arrastou na justiça, do dia em que ela foi protocolada até hoje, o Brasil já teve cinco presidentes diferentes.
Arimatéia França, inclusive, lamenta a lentidão da justiça. “Ao longo destes anos foram várias mobilizações, protestos de rua e brigas na justiça. Basta dizer que aproximadamente 170 reclamantes morreram antes do fim do acordo”, lamentou.
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