Gratificações cortadas

Profissionais da rede de saúde de Santa Rita tiveram benefícios salariais cortados pela prefeitura municipal. Conforme o presidente do sindicato dos funcionários públicos da cidade, José Farias, entre os cortes está a suspensão do auxílio SUS e da taxa de insalubridade. “A situação da saúde em Santa Rita está caótica e, se não forem dados aumentos e devolvidos os benefícios, a classe estuda a possibilidade de aderir à greve dos profissionais da educação”, revelou. Os professores e funcionários da rede municipal estão de braços cruzados há 44 dias.

Na manhã de ontem, cerca de 100 funcionários da saúde, entre enfermeiros, médicos, vigilantes e demais profissionais, se reuniram em assembleia para discutir os problemas sofridos pela categoria. De acordo com a enfermeira Iracema Filgueira, além dos cortes no pagamento dos funcionários públicos, muitos são os problemas que podem ser vistos hoje na rede municipal de saúde da cidade. “No posto de saúde em que eu trabalho teve uma peste de carrapatos. Nós corremos o risco de nos contaminar. Fora isso, muitos são os problemas. Não temos condições mínimas de trabalhar e agora cortam benefícios e inclusive há funcionários que não receberam seus salários”, denunciou.

A enfermeira concursada da Prefeitura Municipal de Santa Rita comentou que o seu salário, que ela não quis revelar o montante dizendo sentir-se envergonhada, sofreu um corte de R$ 200. “Isso foi porque cortaram a insalubridade do meu, mas tem profissionais que perderam o auxílio SUS e benefícios que, somados, são superiores ao salário. Teve enfermeiro que perdeu R$ 1200 do seu salário. Isso é um absurdo, uma medida tomada sem justificativa plausível e que está revoltando a categoria”, comentou.

Assim como ela, o vigilante Otoniel Pontes também está sofrendo com os cortes efetuados nos salários dos profissionais da área de saúde de Santa Rita. Com sua esposa grávida do lado, ele confessou que não vê outra alternativa senão aderir à greve, caso a categoria assim decida.

“Eu estou com uma mulher grávida em casa sem saber como colocar a comida na mesa porque não recebi meu salário. Hoje, o descaso com a saúde de Santa Rita é visível e chegou a níveis alarmantes”, afirmou.

POPULAÇÃO CONCORDA COM A PARALISÇÃO
Para a população, o descaso com a saúde e a educação do município de Santa Rita são visíveis. Conforme a autônoma Maria José de Sena, apesar de a população estar sendo prejudicada com a paralisação das escolas e possível paralisação dos profissionais de saúde, ela é de acordo com o movimento grevista. “Todos saem prejudicados, infelizmente, mas compreendo que os professores e profissionais de saúde precisam ir atrás dos seus direitos”, opinou.

Já o comerciante Everaldo de Aquino comentou que nunca viu uma greve tão longa, mas que espera que tudo se resolva o quanto antes. “Eu vendo lanche em frente a uma escola municipal e estou sendo muito prejudicado. Acho que o descaso 'tá' grande porque nunca tinha demorado tanto para voltar às aulas, mas espero que se resolva logo”, complementou Everaldo de Aquino.

A reportagem tentou entrar em contato com as secretarias de Comunicação, Administração e com o gabinete da prefeitura de Santa Rita, contudo nenhuma das ligações efetuadas foi atendida até o fechamento desta edição.

MANIFESTAÇÃO
Conforme o diretor social do Sindicato dos Servidores de Santa Rita, Josenilton Feitosa, ficou decidido em assembleia ontem que amanhã será realizada uma grande manifestação na cidade dos profissionais da saúde e da educação para chamar a atenção da sociedade para os problemas enfrentados pelas classes e, ainda, cobrar ações efetivas da prefeitura municipal.