VIDA URBANA
Greve de ônibus acaba na capital
Com acordo entre trabalhadores e empresas, que prevê reajuste de 9%, frota volta a circular a partir da 0 hora desta quinta-feira (10).
Publicado em 10/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 16:27
Os integrantes do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transportes Coletivos Rodoviários de Passageiros e Cargas no Estado da Paraíba reuniram-se em assembleia, na noite de ontem, e decidiram pelo fim da greve e retorno da circulação de 100% da frota de transportes coletivos a partir da zero hora de hoje.
Eles aprovaram a proposta apresentada à categoria, na tarde de ontem no Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT), em sessão presidida pelo desembargador Ubiratan Delgado.
O acordo entre trabalhadores e donos de empresas prevê reajuste de 9% no salário dos motoristas e cobradores, que já será inserido em retroativo de 1º de julho, 19% de acréscimo no salário dos fiscais e despachantes e 22% de reajuste no vale-alimentação de todos os operadores. Bem como, ainda foi acordado equiparação salarial dos fiscais e despachantes ao dos motoristas, além da permanência das condições estabelecidas na convenção 2013/2014 e abono das faltas dos trabalhadores referentes aos dias 8 e 9, assim como a compensação das ausências do dia 7, sem descontos nos salários.
Até chegarem à concordância, foram três dias de greves e reuniões entre as categorias. “A nossa intenção aqui era pôr fim ao conflito e garantir o sistema de transporte coletivo de volta às ruas para atender a população. Acredito que o acordo foi bem razoável”, afirmou o desembargador Ubiratan Delgado.
Segundo o secretário do Sindicato dos Motoristas, Ricardo Cavalcanti, a decisão foi satisfatória para a categoria. “A proposta foi apresentada pelo TRT, nós cedemos juntamente com os empresários. Nosso objetivo era garantir melhores
condições salariais e de trabalho para todos os operadores.
Estamos satisfeitos por termos firmado o acordo, e por podermos retornar com os serviços de transporte público oferecidos à população”, afirmou.
TRANSTORNOS
Ontem, no terceiro dia de greve dos motoristas e cobradores dos transportes coletivos da Região Metropolitana de João Pessoa, a população enfrentou longa espera nas paradas de ônibus e veículos lotados. A falta de ônibus nas ruas ocasionou transtornos para quem precisava ir ao trabalho, à escola e exercer as atividades inerentes ao cotidiano. Os usuários de coletivos puderam contar com 60% da frota em circulação, entretanto, mesmo tendo parte dos veículos à disposição muitas pessoas ainda reclamavam da demora de um coletivo para o outro e da falta de espaço nos ônibus.
De acordo com o secretário de Defesa do Consumidor, Helton Renê, a greve acabou prejudicando a sociedade, dificultando a locomoção das pessoas e congestionando o trânsito. “Não se pode paralisar um serviço em 100%”, afirmou.
Após mais de quarenta minutos de espera, a auxiliar de cozinha Nacelma Neves foi uma das pessoas que estavam em uma parada lotada no Parque Solon de Lucena. Com o olhar fixo no caminho de onde deveria vir o seu ônibus, vira e mexe ela desviava para olhar outra coisa importante: o relógio. Ontem foi o terceiro dia em que ela chegou atrasada no trabalho. “Eu pego os ônibus 601 ou 513 para ir pro Bessa. Geralmente demora pouco, mas hoje está demais. Além disso, a gente anda como sardinha dentro dos ônibus”, relatou. (Othacya Lopes)
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