Greve dos peritos chega ao 3º mês com mais de 6 mil perícias adiadas

O laboratorista Elvis Lins Brito, 25 anos, que reside em Campina Grande, terá de ter muita paciência e contar com a ajuda de parentes para se manter antes de conseguir realizar uma perícia com médicos do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e começar a receber um benefício que cobrirá seu salário, enquanto estiver afastado do trabalho depois de um acidente de trânsito. Ele é um dos mais de seis mil segurados que tiveram suas perícias adiadas pela greve dos médicos peritos do órgão, que ontem completou três meses.

Antes do início da greve, os médicos da Gerência do INSS de João Pessoa, com 21 agências, vinham conseguindo realizar uma média de 300 perícias diárias e na Gerência de Campina Grande, com 17 agências, 150. Com a paralisação, elas ficaram reduzidas a no máximo 90 por dia, segundo estimativa da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP).

Mesmo depois de 90 dias de iniciada, a paralisação dos peritos não tem previsão para ser encerrada porque, segundo a delegada da ANMP na gerência de João Pessoa, Cláudia Wanderley, o governo federal não tem se sensibilizado com a greve e não atendeu nenhuma das reivindicações da categoria.

Cláudia Wanderley e o representante da Associação na Gerência em Campina Grande, Flawber Cruz, participaram ontem de uma reunião de avaliação da entidade, em Brasília, e garantiram que nenhuma perspectiva de retorno ao trabalho foi cogitada.

A greve da categoria na Paraíba foi iniciada no dia 4 de setembro.