João Pessoa é uma das capitais com os piores índices de saúde no Brasil

Capital tem números negativos em realização de exames citológicos, obesidade e outros pontos

Agência Brasil

Os índices relativos à saúde em João Pessoa estão preocupantes. Uma pesquisa realizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontou que a cidade está em quarto lugar entre as capitais com mais obesos no país, com 20,2%. Outros dados da pesquisa também apontam a má qualidade da saúde dos pessoenses: a capital é a que possui o menor índice de mulheres entre 25 e 64 anos que disseram ter realizado o exame de citologia oncótica para câncer de colo de útero nos últimos três anos (78,5%). A frequência de indivíduos fisicamente inativos na capital  paraibana também é a maior do país: 18,3%. Os dados foram divulgados na segunda-feira (15).

No que diz respeito à obesidade, Manaus tem o índice mais elevado, com 22,3%, seguida por Macapá, com 20,8%, e Rio de Janeiro, com 20,5%. João Pessoa tem 20,2% e Aracaju, 20%. Palmas e Distrito Federal têm o menor percentual, de 13,4%. De acordo com a pesquisa Vigitel Brasil 2016 – Saúde Suplementar, a proporção de beneficiários adultos de planos de saúde com excesso de peso vem aumentando desde 2008, quando foi realizado o primeiro levantamento, passando de 46,5% para 53,7%. O mesmo ocorre com a proporção de obesos, que aumentou de 12,5% para 17,7%.

Já a frequência de indivíduos fisicamente inativos variou entre 10,8% em Goiânia e 19,6% em João Pessoa. Entre os homens, as maiores frequências de inatividade física foram observadas em João Pessoa (18,3%), Aracaju (17,1%) e Belo Horizonte e Recife (15,1%) e, as menores, em Salvador (8,1%), Distrito Federal (9,0%) e Vitória e Goiania (9,3%). Entre as mulheres, as maiores frequências foram observadas em Recife (21,1%), João Pessoa (20,5%) e Manaus e Rio Branco (19,9%) e, as menores, em Goiânia (11,9%), Florianópolis (12,8%) e Cuiabá (13,6%).

De acordo com a pesquisa, os pessoenses estão conscientes da má qualidade de sua saúde: a frequência de adultos que avaliaram negativamente seu estado de saúde (como ruim ou muito ruim) variou entre 1,6% em Belo Horizonte e 4,2% em João Pessoa. No sexo masculino, as maiores frequências foram observadas em João Pessoa (4,5%), Porto Velho (3,6%) e Natal (3,1%) e, as menores em Belo Horizonte (0,1%), Rio de Janeiro (0,4%) e São Paulo e São Luís (0,5%).

As maiores frequências de mulheres entre 25 e 64 anos de idade beneficiárias de planos de saúde que disseram ter realizado exame de citologia oncótica para câncer de colo do útero nos últimos três anos foram observadas em Curitiba (94,7%), Florianópolis (94,0%) e Vitória (93,2%) e, as menores, em João Pessoa (78,5%), Maceió (78,7%) e Teresina (80,9%).

Os pontos positivos sobre a capital apontados pela pesquisa foram em relação à frequência de adultos que consomem refrigerantes em cinco ou mais de dias da semana e também com relação ao consumo regular de frutas e hortaliças, no mesmo período de tempo. No caso dos refrigerantes, João Pessoa apresentou a menor frequência no sexo feminino, com apenas 4,1%. Já no consumo de frutas e hortaliças, João Pessoa ficou em segundo lugar entre os homens, com 77%.

O Vigitel da Saúde Suplementar 2016 foi feito com base em 53.210 entrevistas por telefone, sendo 20.258 homens e 32.952 mulheres, em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, entre os meses de fevereiro e dezembro de 2016. O levantamento tem por objetivo monitorar, através de pesquisa realizada por telefone, a frequência e a distribuição dos principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).