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VIDA URBANA

Jovens talentos da Matemática: paixão pelos números vira fonte de inspiração

Encarar desafios, buscar soluções para os problemas e aos poucos encontrar respostas para aquilo que parecia não ter explicação.

Publicado em 08/11/2015 às 12:00

Encarar desafios, buscar soluções para os problemas e aos poucos encontrar respostas para aquilo que parecia não ter explicação. A soma desses fatores tem instigado alunos e professores a superarem os obstáculos da rede pública de ensino da Paraíba e se destacarem como jovens talentos da matemática, que encontraram na paixão pelos números uma fonte inesgotável de inspiração. Como é o caso dos mais de 60 alunos e professores de 160 municípios paraibanos que receberam este mês as premiações da 10ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) realizada em 2014, provando que é possível transformar as ciências exatas em algo divertido.

A intimidade com a matemática fez do estudante Renan Chaves Bezerra, 13 anos, medalhista de ouro na 10ª edição da Obmep. Renan conquistou o prêmio quando era aluno do 7º ano da Escola Técnica Agrícola Joaquim Limeira de Queiroz, da cidade de Puxinanã, no Agreste paraibano. Ele estudou sempre em escolas públicas e percebeu ainda na infância que tinha muita facilidade para lidar com os números. “Aprendi muito rápido a tabuada e sempre fui me destacando em tudo que era ligado à matemática. Passei a gostar da área e a sentir alegria em terminar uma questão que eu considerava ser difícil” comentou.

A vontade de vencer os desafios matemáticos é o que tem motivado Renan a seguir em frente e a idealizar outras conquistas para o futuro. “Quero seguir uma carreira em uma área que envolva a matemática, como Engenharia Civil”, destacou. Segundo Renan, a motivação para esse engajamento com a disciplina vem do amor pelos números e do apoio que recebe da família, além do incentivo de professores que sempre lhe deram ânimo para continuar nesse caminho. Por ser um aluno talentoso, ele recebeu um convite para estudar como bolsista em uma escola particular de Campina Grande e aceitou a proposta, pois considera essa uma excelente oportunidade.

Assim como Renan, o aluno Marcantônio Soares Figueiredo, 16 anos, também se encantou pela matemática e começou a se envolver com a Obmep, chegando a conquistar cinco medalhas. Ele estuda o 3º ano do curso de Mineração no Instituto Federal da Paraíba (IFPB), no campus de Campina Grande, mas é natural da cidade de Juazeirinho, no Seridó paraibano. Quando questionado sobre o que motivou seu interesse pela disciplina, ele foi enfático: “o desafio que ela proporciona”. Marcantônio conta que foi descobrindo na matemática uma maneira de se desenvolver e fazer novas conquistas. Agora ele não se imagina mais em outra área.

Se para quem está aprendendo a matemática pode ser desafiadora, para quem a ensina ela se revela como algo surpreendente. Como é o caso do professor Vinícius Nascimento, 28 anos, que foi premiado na 10ª Obmep por desenvolver uma atividade motivacional com os alunos da Escola Estadual Antônio Fernandes de Medeiros, na cidade de Malta, no Sertão da Paraíba, onde ele trabalha. “Eu comecei a resolver questões das edições anteriores com os alunos e isso foi instigando eles a gostarem da matemática e a participarem da olimpíada. Vê-los conquistando seus sonhos e vencendo a desmotivação do ensino público me deixa muito feliz e orgulhoso”, pontuou. (Especial para o JP)

Revelação do potencial de alunos e professores

Despertar nos alunos o gosto pela matemática e identificar jovens talentos. Esses são alguns dos objetivos da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), que desde 2005 vem revelando o potencial dos estudantes, professores e escolas da rede pública de ensino, de acordo com a coordenação do projeto. Ao todo foram entregues 85 prêmios este ano aos participantes da região de Campina Grande, que compreende 160 municípios. Os resultados da edição deste ano ainda não foram divulgados.

A Obmep é uma realização do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que, além de promover a competição, desenvolve projetos como o Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), destinado aos alunos medalhistas.

Para o coordenador regional da Obmep na Paraíba, José de Arimatéia Fernandes, as olimpíadas de matemática desmistificam a ideia de complicação que está presente no ensino da matemática, estimulando os alunos da rede pública a se engajarem nessa área. “Se notou que existia uma carência muito grande de profissionais ligados às áreas de ciência e tecnologia, como matemática, engenharias e computação. As olimpíadas popularizam o ensino da matemática e cativam os alunos para as ciências exatas”, explicou.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Professores de Licenciatura Plena da Paraíba (APLPP), Odenilson Medeiros, o ensino da matemática deve ultrapassar as dificuldades da rede pública e se tornar algo atraente. Segundo ele, isso deve ocorrer por meio da capacitação dos profissionais que lidam com esses alunos na sala de aula.

Educação investe para melhorar desempenho

O desempenho em matemática dos alunos da rede pública de ensino da Paraíba está abaixo do rendimento estadual na Prova Brasil 2013, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os números mostram que a nota da Paraíba foi de 195,43 enquanto que a da rede pública foi de 188,46 pontos. Já na rede privada o desempenho foi de 224,33.

Para tentar melhorar esses índices e tornar o ensino da matemática algo mais dinâmico para os alunos, a Secretaria de Estado da Educação (SEE) afirma que tem investido em políticas pedagógicas e projetos de intervenção para os estudantes da rede estadual, com o objetivo de suprir as deficiências. Ainda de acordo com a SEE, estão sendo instalados nas escolas laboratórios de matemática e de robótica para estimular mais os alunos e professores na aprendizagem e ensino da disciplina. Além disso, também estão sendo oferecidos cursos de capacitação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Ensino de Campina Grande (Seduc), tornar o ensino da matemática algo atraente ainda é um desafio e para instigar os alunos estão sendo feitos investimentos em recursos tecnológicos como computadores, tablets e laboratórios, além de cursos de formação para a Prova Brasil.

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Jornal da Paraíba

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