Local de crime requer cuidado

Perícia criminal deve buscar elementos na cena do crime para servir de provas materiais no inquérito realizado pela polícia.

O local de crime fala. É nele que a perícia criminal busca elementos para analisar em laboratórios e mostrar elementos que servirão de provas materiais no inquérito feito pela polícia. Mas para que isso aconteça, a cena do crime deve ser preservada, para que as possíveis marcas deixadas pelos criminosos sejam encontradas pelos peritos. Mas o que deveria ser regra, não é. Muitas vezes a população chega muito antes que a polícia e acaba ultrapassando os limites que deveriam ser respeitados. A consequência é o prejuízo na investigação.

Segundo Carmem Leda Gambarra, o banco de material de local de crime contém cerca de 300 amostras de DNA. Nesse banco estão os perfis genéticos de pessoas que cometeram crimes e deixaram suas marcas no local. Marcas que podem ser manchas de sangue, fio de cabelo, suor, pele, dentre outros.
Embora a quantidade seja pequena diante dos índices de criminalidade registrados na Paraíba, o banco já ajudou a polícia a encontrar criminosos. “Temos casos de coincidência de perfis de crimes cometidos aqui na Paraíba. Graças ao banco, a polícia chegou à conclusão que uma mesma pessoa cometeu três crimes em momentos diferentes”, explicou Carmem.

O delegado titular de Homicídios, Reinaldo Nóbrega, enfatizou que a grande diferença entre a investigação no Brasil e a dos Estados Unidos, por exemplo, é a existência do banco não só de impressões digitais como também de material genético. “Através de uma gota de sangue, de um pouco de saliva, é possível chegar ao autor do crime, através da comparação”, declarou.

O delegado lembrou que o banco está sendo produzido com criminosos presos hoje. “Não temos o perfil genético dos presos do passado. Verificamos que a reincidência é muito grande. Se a coleta já existisse no passado, como padrão, teríamos uma investigação mais célere. A prova técnica é indiscutível”, destacou.