Ministério Público quer Rio Gramame livre de poluição

Em consulta pública realizada ontem, órgão federal confirma que vai pedir mais rigor no combate à degradação.

Comunidades Quilombolas, indígenas e pescadores foram ouvidos pelo Ministério Público Federal (MPF) e órgãos federais, estaduais e municipais de defesa do meio ambiente sobre o impacto da degradação do Rio Gramame. A consulta pública ocorreu na tarde de ontem, na Escola Viva Olho do Tempo,no bairro de Gramame, em João Pessoa. O objetivo da reunião foi identificar as principais reivindicações dos moradores da região para atenuar os efeitos da poluição do rio. O MPF vai elaborar um relatório com base no depoimento dos moradores e acionar os órgãos públicos para intensificar as fiscalizações nas fábricas da região.

Segundo os moradores, a Bacia do Rio Gramame, que envolve os rios Mumbaba, Mituaçu e Gramame, encontra-se poluída em virtude da emissão de efluente de mais de 40 empresas do parque industrial. Juntas, elas despejam mais de 40 metais nas águas dos rios, que são responsáveis pelo abastecimento da capital.

“Esperamos que com esta reunião, as empresas sejam orientadas a despejar água limpa no rio. Estas empresas precisam ter um sistema de resíduo que não compromete o meio ambiente”, declarou Doci Gomes, coordenadora da Escola Viva Olho do Tempo.

O Procurador da República José Godoy Bezerra foi o responsável pela consulta aos moradores e garantiu que os depoimentos apresentados servirão de base para a elaboração um relatório, que apontará soluções para o problema ambiental. “Os órgãos que cuidam do meio ambiente em todas as esferas (federal, ambiental e municipal) são constantemente acionados para fiscalizar essa região. Temos feito reuniões periódicas e o objetivo é apontar medidas sólidas para acabarmos com a poluição na Bacia do Rio Gramame”, revelou.

Em julho será realizada uma nova reunião para apresentar medidas concretas para a contenção dos danos ambientais. A Bacia do Rio Gramame está localizada no Litoral Sul da Paraíba e é responsável pelo abastecimento de água de mais de um milhão de habitantes que vivem na Região Metropolitana de João Pessoa. Para a realização da reunião de ontem, levou-se em consideração a tramitação, no MPF, de um inquérito civil, que trata do despejo de produtos químicos no leito do rio Gramame.