Moradores e turistas reclamam da insegurança no Centro de João Pessoa

Na parte histórica da capital paraibana, moradores e turistas afirmam ter medo. Mas há quem se sinta seguro.

Um assalto em plena luz do dia nas proximidades do Largo do Centro Cultural São Francisco e a sensação de que, mesmo em período de aumento do fluxo turístico, não há segurança o suficiente no Centro de João Pessoa para conter a ação de criminosos. Esse foi o sentimento de muitas pessoas que passaram pelo local na manhã de ontem. Para moradores do Centro Histórico e turistas, é preciso se proteger para não ser a próxima vítima. Em contrapartida, há quem diga que a situação está sob controle.

O crime contra o patrimônio aconteceu por volta das 9h30 da manhã de ontem e foi flagrado pelo gestor de segurança Rosângelo Valeriano, que reside no Centro da capital há aproximadamente 18 anos. Segundo ele, os crimes realizados na região são rotineiros e praticados por bandidos oportunistas.

“São pessoas que ficam de olho em algumas pessoas e se aproveitam para realizar pequenos roubos. Hoje mesmo uma amiga minha foi assaltada e logo depois outra pessoa, porque eu vi o ladrão passando com as coisas roubadas. Pode anotar, essa não é a primeira vez. Prostituição, drogas, assaltos e homicídios toda semana tem e isso é de conhecimento da polícia”, declarou.

Em visita à capital pela primeira vez, o taxista Marcelo Santana revelou que em seus passeios sempre vê pessoas suspeitas e, apesar de não ter sido vítima da ação de criminosos, tem redobrado a atenção com sua família. “Vim em família e estou gostando muito da cidade, mas não tiro a atenção em nenhum momento, porque já vi várias pessoas suspeitas nos rodeando. Acho que a segurança não está tão boa assim”, opinou.

Atenção redobrada. Essa é a atitude do militar carioca Lincoln Machado para garantir que não será vítima de nenhuma ação criminosa. Também pela primeira vez em visita à capital, ele revela que não sentiu insegurança, mas revelou que não tira a atenção dos seus pertences, pois nenhum local é totalmente confiável. “Recentemente fomos a Recife e lá andávamos com medo. Estamos surpresos positivamente com a cidade que, até o momento, se mostra muito segura. Não sentimos nenhuma ameaça, também porque somos muito atentos, o que é preciso ser em qualquer parte do mundo”, comentou.

PONTO POSITIVO

Também pela primeira vez na capital, a escolha por João Pessoa foi motivada pela beleza dos pontos turísticos, segundo a estudante Nímea Araújo. Para ela, a segurança tem sido um ponto positivo. “Temos um parente morando aqui, então unimos o útil ao agradável e resolvemos visitar a cidade que, até o momento, tem se mostrado muito tranquila. Estamos gostando bastante”, revelou. Também visitando o Centro Histórico na manhã de ontem, o veterinário piauiense Nelson Oliveira se mostrou surpreso com a beleza dos pontos turísticos e com a tranquilidade da cidade.

“Achei tudo surpreendente. Essa é minha segunda vez na cidade, mas nunca tinha visitado essa parte histórica e estou particularmente encantado. Minha esposa e eu já viemos, voltamos e pretendemos vir outras vezes porque a cidade é linda e muito segura”, opinou, lamentando apenas a quantidade de pichações presentes no Centro da cidade. “Nós somos do Piauí e lá a situação parece estar bem pior que aqui no quesito segurança. Então estamos bem tranquilos e encantados com a cidade”, acrescentou a esposa de Nelson, a técnica em enfermagem Ednê Oliveira.   

POSTO POLICIAL

Para a comerciante Ana Maia, que trabalha na Praça Antenor Navarro há 12 anos, a insegurança já foi muito mais significativa na localidade, que hoje enfrenta o que ela chama de momento de tranquilidade. Para melhorar ainda mais, ela revelou que para os comerciantes só faltaria um posto policial. “Tivemos reuniões com a polícia e percebemos a presença deles mais constantemente. Realizamos eventos à noite e eles se fazem presentes. O que a gente queria mesmo era um posto policial. Era um desejo de todos os comerciantes. Com isso teríamos uma certeza de tranquilidade a longo prazo”, disse, também reclamando que o principal problema enfrentado hoje é a ação dos vândalos, que picham constantemente as edificações.