Nova calçadinha da orla não é acessível para pessoas com deficiência, diz Asdef

Representantes da Asdef e Seinfra fariam vistoria na manhã de hoje, mas o secretário não compareceu. Mesmo assim, testes foram feitos.  

Uma vistoria da Associação de Deficientes e Familiares (Asdef) e a Secretaria de Infraestrutura de João Pessoa (Seinfra), marcada para a manhã desta sexta-feira (13) no Busto de Tamandaré, não aconteceu por causa da ausência de representantes da Secretaria. Segundo o presidente da Asdef, Francisco Izidoro, o secretário Cássio Andrade, ao saber que a imprensa estaria no local, mandou avisar que não compareceria a vistoria. “Primeiramente tivemos uma reunião com o secretário e ele de princípio reconheceu que houve algumas falhas (na execução da obra) e marcou essa visita técnica para conjuntamente com os usuários a gente pudesse identificar na prática os problemas. Para ele, era uma visita técnica, mas como a imprensa veio, ele achou que não deveria vir”, afirmou.

A vistoria de hoje seria feita para verificar se a obra de revitalização da calçadinha da orla atende os requisitos de acessibilidade. Segundo Francisco Izidoro, apenas um engenheiro da Seinfra esteve no local. “Não havia o que fazer até porque eles já sabiam dessas irregularidades. Agora o movimento vai se reunir, nós vamos discutir para saber quais serão os próximos passos e encontrar a solução mais harmônica possível”, declarou.

Mesmo com a ausência do secretário, os representantes da Asdef e a do Instituto dos Cegos da Paraíba fizeram testes no local e verificaram irregularidades na obra em relação ao piso tátil, obstáculos e a forma de colocação do pavimento intertravado. “O piso não é adequado para utilização, por exemplo, de cadeiras de rodas e a forma que ele foi colocado é totalmente irregular. A distância entre uma faixa e outra do piso é tão pequena que provoca um grande atrito que requer mais força do cadeirante para impulsionar”, relatou Izidoro.

Outro problema encontrado na obra foi a curta distância entre piso tátil, que serve de orientação para pessoas com deficiência visual, e o meio-fio, o que, segundo os representantes da Asdef, gera um grande risco de acidentes. “Além disso, o piso tátil passa a menos de 30 centímetros de obstáculos como postes, placas de sinalização e tambores de lixo. O deficiente visual não caminha em cima do piso tátil, mas ao lado, então a chance dele bater com a cara em um poste é imensa”, descreve.

Em entrevista a rádio CBN, o secretário de Infraestrutura da capital, Cássio Andrade, afirmou que enviou representantes da pasta para o local da vistoria e que a sua ausência foi mal-interpretada pelos representantes. “A obra está sendo executada de acordo com o projeto, tudo de acordo com as normas de acessibilidade e (a vistoria) foi uma iniciativa nossa para aprimorar o contato com a comunidade para que houvesse essa visita técnica hoje entre o engenheiro fiscal e o diretor de obras, que foram me representando, infelizmente levaram para outro lado que não era o destino dessa visita”, afirmou Cássio Andrade.