Oito mulheres já foram mortas este ano na Paraíba

Os casos de homicídios registrados este ano contra mulheres no Estado da Paraíba subiram 100% em relação ao mesmo período no ano passado. É o que aponta um levantamento da ONG Centro 8 de Março, em João Pessoa. Enquanto nos três primeiros meses de 2014 ocorreram quatro homicídios, este ano já são oito.

Somente no último domingo, Dia Internacional da Mulher, dois casos foram registrados no Agreste paraibano e as vítimas teriam sido assassinadas pelos maridos. Os crimes aconteceram nas cidades de Aroeiras e Ingá. As duas vítimas tinham o mesmo nome: Andreia. Nenhum dos suspeitos foi preso.

Na cidade de Aroeiras a vítima foi Andreia de Sousa Ferreira, 21 anos, assassinada com um tiro de espingarda na cabeça e morreu na hora. O marido da vítima relatou que estava no quarto, limpando uma espingarda, quando a mesma disparou acidentalmente e atingiu a cabeça da vítima. O acusado ainda ligou para a polícia contando o que aconteceu, mas fugiu em seguida. A sogra da vítima relatou à Polícia Militar que estava na cozinha, no momento em que o disparo aconteceu e disse que não houve nenhuma briga entre o casal.

Já no município de Ingá, Andreia Maria da Silva, 27 anos, foi morta com várias pauladas na cabeça. Segundo a polícia, o principal suspeito do crime é o marido da vítima, o entregador de encomendas José Abílio da Silva, 30 anos. O crime foi acompanhado pela filha do casal, uma criança de 7 anos, e ainda a mãe do acusado.

Parentes informaram que a mulher estava grávida, mas ainda não houve confirmação médica.

De acordo com as informações da Polícia Civil de Ingá, o crime aconteceu por volta das 15h, no bairro do Emboca. A vítima estava deitada no sofá, quando o homem invadiu a residência e começou agredi-la com um pedaço de madeira. As pancadas foram tão fortes que a arma usada pelo acusado partiu ao meio e deixou o rosto da mulher deformado. Após o crime, o acusado fugiu em uma moto e não foi localizado pela Polícia Militar.

O caso está sendo investigado pelo delegado de Polícia Civil Valério Lobo, da cidade onde o crime aconteceu. A suspeita da autoridade policial é que o crime tenha sido motivado por ciúme e que a ação foi premeditada.

“Parentes da vítima contaram que o casal brigava muito e a maior parte dos atritos era por conta do intenso ciúme que ele tinha pela esposa. As testemunhas disseram que não houve briga antes do crime e nós suspeitamos que ele premeditou toda a ação”, disse o delegado.