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VIDA URBANA

Pai de Marvin diz que filho é vítima de 'linchamento' na internet

Percival diz que filho errou, mas que não pode ser comparado a Patrick Gouveia.

Publicado em 01/11/2016 às 18:50

"As pessoas que julgam meu filho veem e compartilham pessoas mortas na internet todos os dias". A declaração é do pai de Marvin Henriques Correia, suspeito de participação na chacina de uma família paraibana na Espanha. Percival Henriques diz que a reação nas redes sociais tem sido "exagerada" e que o crime de seu filho foi ter uma "curiosidade mórbida".

>>> Mensagens entre Patrick e Marvin detalham chacina

"As pessoas estão tratando o Marvin de forma igual ou pior que o Patrick, que foi quem de fato cometeu os homicídios", diz Percival. "Mas os mesmos que estão desejando que ele morra ou fique em prisão perpétua nas redes sociais também recebem, veem e compartilham imagens de seres humanos mortos. Ele está sofrendo um linchamento nas redes", afirma.

A prisão preventiva de Marvin foi pedida na sexta-feira (28) pelo Ministério Público, que acredita que o jovem de 18 anos participou do crime, mesmo à distância. Ele trocou mensagens via WhatsApp com Patrick, enquanto ele executava o crime bárbaro, e teria, segundo a polícia, ajudado o assassino.

Para Percival, Marvin foi vítima de Patrick e de si mesmo. "Como muitos, Marvin não percebeu que o que se vê na internet tem consequências. Ele jamais teria um comportamento semelhante na vida real", diz. O pai sustenta que o filho não ajudou nos homicídios, mas acredita que ele errou ao "tratar pessoas como se fossem objetos". "Ele errou por omissão e não participação", conta.

Segundo ele, Marvin - que teve o pedido de liberdade negado pela Justiça nesta segunda-feira (31) e vai permanecer preso no PB1 - está com a segurança garantida, mas também está com medo e se sentindo culpado pelo crime. "Ele não é perverso, tem uma sensibilidade profunda e está sentindo muita culpa", diz.

Sobre o caso

O quádruplo assassinato aconteceu na cidade de Pioz, província de Guadalajara, no dia 17 de agosto e foi descoberto um mês depois. As vítimas foram os paraibanos Marcos Campos Nogueira, a esposa dele, Janaína Santos Américo, e os dois filhos pequenos do casal. As investigações da polícia espanhola apontaram para François Patrick Nogueira Gouveia, sobrinho de Marcos. O jovem se entregou na Espanha em 19 de outubro, onde acabou confessando o crime alguns dias depois.

A suposta participação de Marvin no crime foi apontada pela Polícia Civil. Para a polícia, as mensagens comprovam que Marvin incentivou Patrick durante os homicídios. "Ele [Patrick] perguntava como agir. Como ele deveria agia com as vítimas, o que ele fazia, qual a melhor forma que ele tinha de ocultar os corpos. E o jovem [Marvin], de prontidão, orientava seu amigo Patrick como agir", relatou o delegado responsável pelo caso, Reinaldo Nóbrega.

Para o delegado de Marvin, Sheyner Asfora, entretanto, a prisão preventiva não tem base legal. "O Marvin pode até ter apresentado uma conduta moralmente reprovável, mas para o Direito Penal não há crime algum. Essa troca de mensagens não constitui delito", afirmou.

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Jornal da Paraíba

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