Pais enfrentam resistência para matricular filhos com deficiência

Resistência de escolas regulares em matricular estudantes com algum tipo de deficiência é o primeiro desafio a ser enfrentado pelos pais.

A resistência de escolas regulares em matricular estudantes com algum tipo de deficiência é o primeiro desafio a ser enfrentado pelos pais. "Tudo é muito sutil. São poucas as escolas que se dispõem efetivamente (a receber o aluno) sem restrições", afirma Jadilza Araújo, mãe de Paloma, que tem síndrome de Down.

A adolescente sempre estudou no ensino privado, que atende apenas 7,4% dos 33,1 mil alunos da educação especial em turmas comuns do ensino médio em todo o país.

Para os pais da menina, a educação inclusiva é uma forma de estimular a autonomia e independência da filha. Paloma tem a companhia de uma estudante de pedagogia durante as aulas e recebe atendimento psicopedagógico de uma equipe da escola.

O currículo também foi adaptado às necessidades dela.

"Não existe um manual de instrução. Você aprende trocando o pneu com o carro andando", afirma Débora Cruz sobre a metodologia de ensino para alunos com alguma deficiência intelectual.

Quando a sua filha chegou à quarta série (ou 5º ano) do ensino fundamental, os professores avisaram que aquele era o limite da menina. "Fizeram uma festa de formatura. Ela ficou na quarta série e todos os outros foram para a quinta", lembra a mãe.

Aos 22 anos, sua filha, Márcia, foi diagnosticada com uma deficiência mental leve, cursa o último ano do ensino médio.