Em greve desde o dia 20 de março, os professores deixaram escolas vazias e alunos aflitos. A simples expectativa do final da paralisação já parece aliviar a angústia e o sofrimento de quem não tem condição de pagar pelo ensino privado. De acordo com a coordenadora pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Santa Rita, Veridiana Xavier Dantas, existem 18.245 alunos matriculados nas 53 escolas mantidas pela prefeitura, no local.
No entanto, sem informar números, ela assegurou que apenas uma parte ficou sem estudar. “Os alunos das creches e dos ensinos infantil e médio não foram prejudicados, porque as aulas para esse grupo continuaram, apesar do movimento de professores. Já os estudantes que cursam do 6º ano ao 9º ano ficaram prejudicados. Chegamos até a perder alguns que se transferiram para escolas estaduais, que não estão em greve”, conta.
Entre os alunos transferidos está o filho do agricultor Walter Gomes. No começo do ano, ele havia matriculado a criança em uma escola municipal, mas ficou preocupado com a falta de aulas. “Está tudo uma desordem só. Meu filho ia para a escola e não tinha aula. Aí, decidi fazer a matrícula dele em uma escola particular”, desabafa.
A estudante Fabiana da Silva não teve a mesma sorte.
Matriculada no 6º ano em uma escola municipal, ela também está há mais de três meses sem assistir a nenhuma aula. “Estou preocupada com tudo isso, porque tenho o sonho de fazer uma faculdade de enfermagem e sei que esse tempo todo sem estudar vai me atrapalhar muito”, lamenta.
