PB é líder no NE em bancos de leite

Estado possui o maior número de unidades pertencentes à Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano; apesar disso, estoque precisa ser ampliado.

Com seis bancos de leite materno e 17 postos de coleta, a Paraíba ocupa o primeiro lugar no Nordeste como o Estado com o maior número de unidades pertencentes à Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Mesmo assim, a procura é crescente e a quantidade do alimento em estoque ainda precisa ser ampliada para melhor atender a demanda.

Em média, 450 litros de leite são coletados no Estado e distribuídos para 400 crianças todo mês. Embora atenda os usuários, a reserva do banco fica insuficiente, conforme explicou a diretora dos Bancos de Leite do Estado, Thaíse Ribeiro. “Nós conseguimos atender a todos, mas fica pouca quantidade no banco. Por isso, precisamos de mais doações”, frisou.

Somente nos dois bancos de João Pessoa, 100 litros de leite humano ficam no estoque para atender sete unidades neonatais da Região Metropolitana e beneficiar 250 bebês mensalmente.

Mas, segundo Thaíse Ribeiro, para atender a todos com tranquilidade seriam necessários 200 litros a mais. Além disso, os postos de coleta e o Banco de Leite também são procurados por mães que não têm crianças prematuras, mas que não conseguem produzir o alimento.

“Esse leite que é doado é para mães que não conseguem amamentar o filho que tenha alguma patologia e que estão em unidades neonatais e semi-intensivas e para crianças que não têm condições de ser amamentadas diretamente no seio da mãe”, explicou Thaíse Ribeiro.

O Banco de Leite Humano Anita Cabral, na Maternidade Frei Damião, na capital, é referência no Estado e é o local que mais arrecada o alimento. Em 2012, apenas neste banco, foram coletados mais de quatro mil litros de leite materno. De acordo com Thaíse Ribeiro, ainda durante todo o ano passado, onze mil litros de leite foram arrecadados nos outros cinco bancos e pontos de coleta, beneficiando mais de nove mil crianças.

Além da coleta do alimento, as equipes que trabalham nos bancos de leite orientam as mães sobre a importância da amamentação dos bebês, conservação e manuseio do produto.

Conforme a última pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde (MS), em 2009, 41% das crianças menores de 6 meses recebem exclusivamente leite materno e 67,7 % mamam na primeira hora de vida. O tempo médio de aleitamento também aumentou, de 1999 a 2008, passando de 296 para 342 dias. Ainda segundo informações do Ministério da Saúde, o aleitamento materno pode diminuir em até 13% a morte de crianças menores de cinco anos em todo o mundo.

Através da assessoria de imprensa, o MS informou que não existe um recurso federal específico para a criação de bancos de leite nos Estados. O que existem são verbas disponíveis para serem empregadas na área de aleitamento materno. O Estado que se interessar em receber recursos para ampliar os bancos de leite precisam realizar um cadastro, que será analisado pelo governo federal. Segundo o MS, a Paraíba já demonstrou interesse, mas a solicitação ainda está em estudo. (Colaborou Nathielle Ferreira)

ALIMENTO EXCLUSIVO

Por suprir a necessidade nutricional dos bebês, o leite materno deve ser o alimento exclusivo das crianças até os seis meses de vida e não há necessidade dos famosos suquinhos, chás e até mesmo da ingestão de água. “O leite materno quando oferecido exclusivamente não necessita de adição de água . O organismo da mãe produz no leite a quantidade de água necessária para a criança, conforme o ambiente em que ela estiver”, explicou a pediatra neonatologista Sandra Giovana Muniz.

Dos seis meses até pelo menos dois anos, a recomendação é que as crianças continuem ingerindo o leite materno acompanhado de outros alimentos, que ofereçam outras fontes nutricionais. De acordo com Sandra Muniz, os alimentos adicionais devem ser introduzidos aos poucos e com a orientação pediátrica.