icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Pesquisador avalia que essa relação de castigos e violência vem desde muito tempo

“Apanhar virou uma coisa cultural, até legítima, eu diria. É algo que vai passando de geração em geração e chega a ser valorizada”

Publicado em 26/04/2015 às 7:00

Na avaliação do professor, não há dúvidas sobre essa relação, que vem sendo confirmada desde a década de 1970, o que mostra que, o tempo passa, mas a relação continua existindo. “Apanhar virou uma coisa cultural, até legítima, eu diria. É algo que vai passando de geração em geração e chega a ser valorizada”, afirmou. Segundo ele, se o pai ou a mãe tem de bater com frequência no filho, alguma coisa deve estar errada e é hora de pedir ajuda a especialistas. “Não estamos aqui falando da palmada leve, estamos nos referindo à punição que deixa marcas no corpo, como bater de cinto, puxar o cabelo, dar socos na criança”, declarou.

A pesquisa realizada pelo Departamento de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) utilizou os resultados de dois grupos. O primeiro, composto por adolescentes privados de liberdade; o segundo, com meninos em liberdade. “Chegamos à conclusão que no primeiro grupo, a punição corporal severa foi predominante, e no segundo não”, ressaltou o professor. Dentre os adolescentes que cometeram atos infracionais, 81,3% apanharam quando criança; 72% deles com frequência de pelo menos uma vez por semana. Mais da metade afirmou que quem batia era a mãe.

De acordo com Pimentel, a punição corporal por si só não é determinante para o comportamento desviante, contudo, quando colocada ao lado de outros fatores (como pobreza extrema e família desestruturada) se torna um forte elemento. Negligenciar o diálogo com os filhos e partir para a violência física, segundo o estudo, é uma forma perigosa de disciplina, que nem sempre funciona.

Adolescentes que sofreram punição corporal severa além de serem mais vulneráveis a cometer atos infracionais, também se mostram mais agressivos com suas vítimas. De acordo com o estudo, pelo menos 22% deles praticaram algum tipo de violência física, sendo que a maioria usou as mãos ou deu chute nas vítimas. Também houve o uso de armas (facas e revólveres) durante a infração, o que tem o poder de deixar a vítima ainda mais atordoada.

É importante destacar que o estudo afirma que os adolescentes que apanharam de forma severa na infância têm mais chance de cometer atos infracionais que os que não apanharam. O estudo não diz, em momento algum, que há uma relação direta, nem que todos que apanham de forma severa vão cometer, na adolescência, atos infracionais.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp