Pesquisadores da UFPB alertam para volta de casos da Covid-19 no interior da PB

Especialistas recomendam barreiras sanitárias e controle de tráfego na BR-230.

Foto: Governo da Paraíba/Divulgação
Pesquisadores da UFPB alertam para volta de casos da Covid-19 no interior da PB
Especialistas recomendam barreiras sanitárias e um sistema de controle de tráfego na BR-230. Foto: Governo da Paraíba/Divulgação

Um grupo formado por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que integram o Comitê Científico do Nordeste de Combate ao Coronavírus, alertaram para a possibilidade de ocorrer um ‘efeito bumerangue’, em relação aos casos da Covid-19 no interior paraibano. O fenômeno é denominado assim, em alusão ao brinquedo que quando é arremessado, retorna ao jogador.

Segundo dados dos especialistas, no dia 29 de junho, as cinco cidades com maiores picos de crescimento de casos do novo coronavírus no estado foram Patos, Sousa, Cajazeiras, Alagoa Grande e Conde.

“Os dados revelam que a interiorização da pandemia atingiu todo o Estado e múltiplas regiões interioranas. Este fato indica a possibilidade de que João Pessoa venha a sofrer com o efeito bumerangue, que teria o potencial de produzir uma enorme sobrecarga do sistema hospitalar da cidade”, afirmam os pesquisadores do comitê.

Os especialistas recomendam a instalação de barreiras sanitárias e de um sistema de controle de tráfego de veículos na rodovia BR-230, nos trechos que ligam João Pessoa à Campina Grande até o extremo oeste do Estado, que compreende a região de Cajazeiras.

“A Paraíba poderia também considerar a possibilidade de instituir um fechamento temporário – alguns dias de cada semana – de suas fronteiras com os estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, para aliviar o fluxo de novos casos para João Pessoa e outras partes do Estado”, sugere a pesquisa.

Na última sexta-feira (3), o Governo Federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) a Lei 14.019/2020, para dispor sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção individual em espaços públicos e privados acessíveis ao público no país.

Pela lei, órgãos e entidades públicas, estabelecimentos comerciais e industriais, templos religiosos e instituições de ensino não ficam obrigados a utilizar a medida de proteção recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para os pesquisadores do Comitê Científico do Nordeste, é preciso haver “instituição imediata de lockdown (isolamento total) e reversão de planos de afrouxamento do isolamento social em capitais e municípios interioranos que estejam apresentando curvas crescentes”.

O Comitê recomenda que as políticas públicas na Paraíba efetivem a criação de Brigadas Emergenciais de Saúde por todo o estado e “impor uma estratégia eficaz para a quebra da taxa de reprodução do coronavírus tanto no interior quanto na capital”.

A pesquisa ainda reforça que o Estado realize o seu primeiro inquérito soro-epidemiológico, com dados que possam “estabelecer a fração da população paraibana que teve contato com o novo coronavírus”.