Pichações alertam para as atitudes machistas

No último mês de março elas invadiram as ruas de João Pessoa. Pichações em prédios públicos e privados com a expressão 'Machismo Mata', possivelmente reivindicam os direitos das mulheres e alertam para a violência decorrente de atitudes machistas. Os muros começaram a ser pichados no último mês de março, supostamente em manifestações do Dia Internacional da Mulher.

Apesar de representar um crime, a militante do Movimento Marcha Mundial das Mulheres, Heloísa Helena, afirmou que as pichações repassaram um alerta, tendo em vista que os movimentos feministas possuem pouca representação na mídia.

A autoria das pichações é desconhecida e ação foi descrita pela militante como sendo uma forma radical, porém eficaz de chamar a atenção da população para combater atos crescentes de violência que são praticados contra mulheres.

“Infelizmente existe uma naturalização da violência contra a mulher. Dez anos atrás as pessoas achavam correto que a mulher fosse agredida pelo marido, com a premissa de que 'em briga de marido e mulher ninguém mete a colher'. É preciso que as pessoas entendam que o machismo começa com pequenos atos e proibições que evoluem para agressões físicas e posteriormente para o assassinato da mulher. O machismo realmente mata e está matando muito”, afirmou Heloísa Helena.

As pichações estão presentes em toda a capital e conforme Heloísa Helena, algumas também foram feitas na cidade de Campina Grande. “As pichações ficaram concentradas em João Pessoa, mas também aconteceram em Campina Grande, como marco do 8 de março (Dia Internacional da Mulher),” concluiu Heloísa Helena.

Já a coordenadora executiva do 'Cunhã Coletivo Feminista', Cristina Lima, acredita que as pichações não são a forma mais eficaz de reivindicar os direitos femininos. “Nós não concordamos com essa forma de reivindicação, mas trata-se de uma manifestação popular, que demonstra uma reação perante a insatisfação de alguma pessoa”, disse Cristina Lima.